O Ministério das Relações Exteriores decidiu manter em sigilo nove telegramas trocados entre a embaixada brasileira em Israel e Brasília nos dias que sucederam as declarações de Lula, que comparou os ataques em Gaza ao Holocausto. As comunicações oficiais, realizadas entre 19 e 28 de fevereiro, foram classificadas como ‘secreta’ (com sigilo de 15 anos) ou ‘reservadas’ (com sigilo de 5 anos). A informação é do jornal ‘O Globo’.
Nos telegramas não sigilosos, obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação, a embaixada não só informou Brasília sobre a repercussão negativa do discurso de Lula, mas também forneceu subsídios para rebater o chanceler de Israel, Israel Katz.
O ministro divulgou um vídeo de uma brasileira que sobreviveu ao ataque do Hamas em 7 de outubro, no qual ela afirma que o governo petista não entrou em contato com familiares das vítimas.
A embaixada em Tel Aviv classificou as referências como “errôneas” e detalhou as ações tomadas, como a criação de um canal direto com os parentes dos mortos. Também descreveu os contatos feitos com brasileiros – algumas partes do material foram tarjadas para proteger informações pessoais. Embora informado, Lula optou por não responder Katz.
Nos telegramas, a embaixada também comunicou que, nos dias seguintes às declarações de Lula, a imprensa local e analistas condenaram a fala do ex-presidente, mas criticaram o que chamaram de “diplomacia do TikTok” por parte de Israel.
Também mencionaram que artigos e programas de destaque na programação televisiva local defenderam que Lula não é antissemita e já demonstrou conhecimento sobre a história do povo judeu. E mais: Bolsonaro passou duas noites na embaixada da Hungria após ter passaporte apreendido. Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução vídeo; Foto: O Globo)