A nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard, realizou nos últimos dias uma ampla substituição de executivos em posições-chave da companhia, gerando apreensão entre funcionários de carreira e membros da alta cúpula. Clique AQUI para ler na íntegra.
A CEO ampliou as indicações políticas, colocando profissionais próximos à Federação Única dos Petroleiros (FUP) e ao Partido dos Trabalhadores (PT), conforme relatado por Malu Gasper no portal de O Globo.
As mudanças se concentraram principalmente entre gerentes-executivos das áreas de exploração e produção, que gerenciam os campos de petróleo, e de engenharia, responsável pela contratação de equipamentos e serviços.
Juntamente com as substituições da semana anterior, foram contabilizadas 12 trocas na alta gestão. Dos oito gerentes de exploração e produção, cinco foram removidos e um foi remanejado, deixando apenas dois em suas posições originais.
Na Petrobras, as gerências-executivas são o nível hierárquico operacional mais elevado, logo abaixo dos diretores. Com salários em torno de R$ 80 mil, esses executivos possuem mais poder e orçamento do que muitos vice-presidentes de empresas privadas.
Três das gerências que terão novos titulares agora possuem assento no comitê de decisões de investimento junto com os diretores da companhia, devido à importância central de seus cargos.
Entre os novos nomeados estão Wagner Victer, ex-secretário de energia do Rio de Janeiro nos governos de Anthony e Rosinha Garotinho, que assume o cargo de gerente-executivo do campo de Búzios, e Eduardo Costa Pinto, professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e vinculado à Federação Única dos Petroleiros.
Ambos substituem funcionários de carreira da Petrobras. Victer, apesar de ter iniciado sua carreira na companhia, passou 24 anos fora, ocupando recentemente o cargo de diretor-geral da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) na gestão de André Ceciliano.
Victer retornou à Petrobras em maio do ano passado como assessor da presidência e agora administrará Búzios, o maior campo de petróleo em águas profundas do mundo, com produção de 560 mil barris de petróleo por dia.
O plano estratégico para 2024-2028 prevê quase quadruplicar essa produção para 2 milhões de barris diários. Outra missão de Victer será reduzir a reinjeção de gás no campo de Búzios para alimentar o gasoduto Rote 3 até Maricá (RJ).
As mudanças na área de exploração e produção, considerada a alma da Petrobras, causaram grande preocupação dentro da empresa. O blog afirma que, segundo fontes, que “nem no primeiro mandato de Lula se trocou tanta gente” nesse setor. Os executivos removidos eram vistos como tecnicamente qualificados e com potencial para futuras posições de liderança.
Segundo Malu Gasper, muitos dos executivos substituídos eram jovens e tinham pouco tempo no cargo, enquanto Chambriard buscava profissionais mais experientes. Apesar dos gerentes-executivos precisarem cumprir pré-requisitos de experiência, essas regras não são estatutárias e podem ser alteradas pela diretoria. E mais: Eduardo Paes lança nova Bolsa de Valores no Rio de Janeiro. Clique AQUI para ver. (Foto: EBC; O Globo)