A taxa de inadimplência no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) alcançou 61,5% em abril deste ano, em meio a um total de 2 milhões de contratos ativos, conforme dados divulgados pelo Ministério da Educação (MEC). Em 2014, esse índice era de 31%.
O cenário acende um alerta sobre a viabilidade do programa, que enfrenta queda no interesse por parte dos estudantes e das instituições privadas. A reportagem é do jornal O Estado de São Paulo.
Nos últimos anos, o preenchimento das vagas ofertadas caiu drasticamente: de 82% em 2018 para apenas 39% em 2023. Diante desse quadro, o MEC avalia reformulações para tornar o Fies mais atrativo e reduzir a inadimplência.
Entre as propostas estão o estímulo a cursos com maior demanda no mercado de trabalho, como licenciaturas e áreas ligadas à tecnologia, além da ampliação do Fies Social — que cobre 100% da mensalidade para famílias com renda de até 1,5 salário mínimo per capita.
No modelo atual, o aluno começa a quitar a dívida apenas após a formatura, com juros abaixo do mercado. No entanto, há uma coparticipação que deve ser paga ainda durante o curso, o que tem levado muitos candidatos a abandonarem o processo de inscrição ao descobrirem esses custos.
O saldo devedor total das parcelas de amortização já soma R$ 116 bilhões. Além disso, as faculdades privadas têm assegurado o repasse dos recursos públicos, mas a dívida referente à parte que cabe aos estudantes durante o curso — não divulgada pelo MEC — tem gerado preocupação.
O governo também estuda adotar um modelo de pagamento condicionado à renda. Por ele, formados com renda próxima ao salário mínimo pagariam 8% do salário mensal; quem ganha o teto do INSS ou mais, contribuiria com 13%.
Para garantir a permanência dos alunos mais vulneráveis, o MEC pretende ampliar auxílios para moradia, alimentação e transporte, contando com a colaboração das instituições. Outro apoio importante, segundo o governo, é o programa Pé-de-Meia, voltado ao ensino médio, que pode ajudar a preparar futuros beneficiários do Fies.
O ministério também analisa a possibilidade de direcionar o financiamento a áreas prioritárias. O setor educacional pressiona por mais apoio à Enfermagem, especialmente após decreto federal proibir a oferta do curso na modalidade a distância.
A nova regra exige que 70% da carga horária seja presencial, o que afeta diretamente os cerca de 193 mil alunos atualmente matriculados no EAD, que ainda poderão concluir seus estudos nesse formato. E mais: Morre fundador da Brinquedos Estrela. Clique AQUI para ver. (Foto: Governo de SP; Fonte: Estadão)