O clima entre o governo federal e os parlamentares esquentou nos últimos dias. Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara, ligou para a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT-PR), para expressar seu descontentamento com a lentidão no repasse das emendas impositivas — aquelas que, por lei, devem ser executadas. A informação é do G1.
Segundo o portal g1, Motta foi direto: alertou a ministra de que o governo encontrará sérios obstáculos para aprovar qualquer proposta que dependa do aval da Câmara dos Deputados, especialmente as iniciativas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que visam aumentar a arrecadação. “O Congresso não tem ‘compromisso’ em aprovar o texto”, afirmou o parlamentar na segunda-feira (9).
As emendas impositivas somam, ao todo, R$ 25 bilhões previstos para o orçamento de 2025. No entanto, até agora, o governo Lula empenhou apenas R$ 56,8 milhões e efetuou pagamentos de míseros R$ 824 mil — o que tem causado crescente insatisfação entre os parlamentares.
Na tentativa de amenizar a tensão, Fernando Haddad se reuniu no último domingo (8) com Motta, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e outros líderes partidários. Na pauta, estavam alternativas para compensar a decisão do governo de recuar parcialmente na alta do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), medida que havia sido anunciada em maio com expectativa de arrecadar R$ 19 bilhões em 2025.
Embora tenha conseguido manter parte do decreto que previa a elevação do imposto, o ministro também anunciou que será necessário aumentar outros tributos para cobrir a diferença.
A proposta desagradou muitos parlamentares, tradicionalmente contrários à criação ou aumento de impostos — mesmo assim, houve concordância com o avanço da medida, ao menos na teoria.
A expectativa é que o governo publique nesta quarta-feira (11) uma medida provisória no Diário Oficial da União com um texto mais abrangente, incluindo outras ações de reforço fiscal além da compensação do IOF. Até agora, no entanto, o Executivo tem focado apenas em elevar tributos, sem apresentar propostas de cortes de gastos.
O recado de Motta é claro: sem o destravamento dos repasses das emendas obrigatórias, a base aliada pode se desmobilizar, e qualquer tentativa do Planalto de aprovar medidas de ajuste fiscal poderá empacar no Congresso. (Foto: Ag. Câmara; Fonte: g1; Poder360)
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