“Haddad já era, vai cair”, afirma ex-presidente do BNDES

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Em entrevista ao portal Metrópoles, divulgada nessa terça-feira (21), o economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ex-ministro das Comunicações no governo FHC e ex-diretor do Banco Central (BC) indicou que o tempo de Haddad no Ministério da Economia não será longo.

“Ele já era, vai cair”, afirmou o economista. Segundo ele, o ministro passa por um acelerado desgaste dentro do governo e a consequência será sua queda. “O Haddad está enfraquecendo porque tenta construir no governo uma política econômica que é radicalmente contra o que pensam os economistas e os políticos do PT. Por isso, vai cair. Pode não ser agora. Mas vai cair.”, disse ele.

Ainda de acordo com o ex-BNDES, o atual presidente do banco estatal, Aloizio Mercadante, já deu declarações que indicam que membros do próprio governo não o enxergam com bons olhos e até mesmo Lula já estaria com o pé atrás.

“Mercadante deu declarações dizendo que o banco não vai se calar sobre questões de política fiscal. Lula disse que não tem pressa para fechar o arcabouço fiscal. O ministro da infraestrutura também disse que a nova regra fiscal deve permitir investimentos. Além do mais, o Banco Central (BC) não vai reduzir a taxa de básica de juros, a Selic, na reunião do Comitê de Política Monetária. E, hoje, o Lula já voltou a falar mal do BC. Você começa a juntar tudo isso e percebe que o Haddad já era.”, garantiu.

Ainda de acordo com Barros, a cúpula petista, principalmente a velha guarda do partido, ainda aposta na velha receita de crescimento impulsionado pela fomentação do consumo: “Para o PT, o importante para o crescimento é o consumo. E se o consumo está baixo no lado privado, você o substitui pelo consumo do setor público. Mas o importante não é isso. O fundamental é o investimento. Eu já tenho 80 anos e posso falar certas coisas. Isso vai dar confusão como deu com a Dilma.”.

Por fim, Luiz Carlos se mostra pessimista: “A situação está ficando complicada. Essa história de férias coletivas na indústria é séria. E vamos ter mais uns dois meses de crescimento muito fraco.”

Perfil
Luiz Carlos Mendonça de Barros é um engenheiro e economista brasileiro, presidente do Conselho da Foton Brasil, uma fabricante chinesa de caminhões. Ele foi presidente do BNDES (de novembro de 1995 a abril de 1998) e ex-ministro das Comunicações (de abril de 1998 a novembro de 1998), pelo governo de Fernando Henrique Cardoso.

Em 1972, junto com mais três sócios, Barros fundou a Patente, uma das primeiras corretoras de valores mobiliários com assento na Bolsa de Valores de São Paulo. Em 1983, ele deixou a Patente para criar o banco de investimentos Planibanc, em associação com quatro dos maiores grupos industriais brasileiros: Votorantin, Brasmotor, Bardella e Pão de Açúcar, onde permaneceu como sócio até 1993.

Em 1993, deixou a Planibanc para fundar, junto com André Lara Resende e mais três sócios, o Banco Matrix, um banco de investimento especializado na gestão de fundos de investimentos.

Já fora da vida pública após os cargos de Ministro e presidente do BNDES, Mendonça de Barros criou, em parceria com o jornalista Reinaldo Azevedo, o site Primeira Leitura, em agosto de 2000. Em 2001, fundou a editora de mesmo nome, que publicou uma revista mensal até 2006.

Luiz Carlos Mendonça de Barros assumiu a presidência do BNDES em 1995. Em três anos na administração, comandou a privatização de 45 empresas públicas, cujo patrimônio foi avaliado em 60 bilhões de dólares.


Fontes: Metrópoles; The Capital Advisor
Foto: reprodução redes sociais

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