A Polícia Federal lançou nesta quinta-feira (25) a operação “Discalculia”, autorizada por Alexandre de Moraes. Segundo a corporação, a ação visa desmantelar um esquema de desvio de verbas parlamentares e falsificação de documentos para a criação de uma Organização de Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP).
O grupo investigado é acusado de criar documentos falsos para desviar recursos públicos em benefício de uma OSCIP, utilizando-se de cotas parlamentares para esse fim.
Durante a ação, foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal. As diligências ocorrem em Brasília e em várias cidades de Goiás, incluindo Cidade Ocidental, Valparaíso de Goiás, Aparecida de Goiânia e Goiânia. Entre os alvos está o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO).
A operação leva o nome de “Discalculia” em alusão a um transtorno de aprendizagem relacionado a dificuldades com números. Segundo a PF, a denominação faz referência à manipulação de datas na ata de constituição da OSCIP, na qual foi identificada uma alteração retroativa para o ano de 2003. “Porém, o quadro social à época seria formado por crianças de 1 a 9 anos”, explicou a PF, destacando a inconsistência da documentação.
Gayer comenta
O deputado federal publicou um vídeo em suas redes sociais questionando a operação de busca e apreensão da Polícia Federal em sua residência, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes.
Segundo o deputado, a ação seria uma tentativa de prejudicar a campanha de seu aliado político, Fred Rodrigues, candidato em Goiânia. “Hoje eu sofri busca e apreensão da Polícia Federal a mando do Alexandre de Moraes”, afirmou Gayer, relatando que o inquérito é sigiloso e aberto desde 24 de setembro.
Em seu relato, Gayer criticou o que considera falta de transparência da ação e a demora no acesso ao inquérito: “O inquérito é físico, então mesmo que meus advogados queiram entrar agora para saber do que se trata, não vão saber… tem que ir lá em Brasília fazer cópia do inquérito pra gente poder saber do que é que eu tô sendo acusado”.
Ele ainda mencionou que itens como celular e HD foram apreendidos, e destacou o envolvimento de alguns de seus assessores, incluindo um que trabalha com redes sociais.
O parlamentar também fez críticas severas à postura da Polícia Federal e à condução de Moraes no caso, afirmando que a situação contribui para a perda de confiança na instituição. Em tom de desabafo, ele disse: “Esse é o momento que a gente começa a perder esperança… eu, que nunca fiz nada de errado, tô sendo tratado igual a um criminoso”.
Gayer encerrou o vídeo pedindo apoio espiritual e alertando para a gravidade do cenário político brasileiro: “Ore por mim, ore pela minha família e, mais importante, ore pelo nosso país, porque isso que tá acontecendo é simplesmente surreal”. Clique AQUI para assistir no Youtube do deputado. (Foto: reprodução vídeo; Fonte: Valor)