O presidente da Guiana, Irfaan Ali, declarou no sábado, 1º de março de 2025, que uma operação realizada por uma embarcação da guarda costeira da Venezuela violou as águas territoriais de seu país, aproximando-se de uma estrutura de produção petrolífera em alto-mar.
A ação reacendeu as tensões entre as duas nações, que há décadas disputam o controle da região de Essequibo, uma área de 160 mil km² atualmente sob análise do Tribunal Internacional de Justiça (ICJ).
De acordo com Ali, a incursão ocorreu nas primeiras horas do dia, quando o navio venezuelano se dirigiu a ativos localizados na zona econômica exclusiva guianense, incluindo a unidade flutuante FPSO Prosperity, que opera em um bloco de petróleo.
“Durante essa incursão, o navio venezuelano se aproximou de vários ativos em nossas águas exclusivas, incluindo o FPSO Prosperity”, afirmou o presidente em nota oficial. O Ministério das Comunicações da Venezuela não se manifestou até o momento sobre o ocorrido.
Diante da situação, o governo guianense tomou medidas diplomáticas imediatas: convocou o embaixador venezuelano para uma reunião com o chanceler do país e instruiu sua embaixada em Caracas a registrar uma reclamação formal.
Ali também anunciou que o incidente será levado ao ICJ e discutido com aliados internacionais, como a Comunidade do Caribe (CARICOM). Além disso, recursos aéreos foram mobilizados, embora sem detalhes sobre sua natureza.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) criticou a ação, classificando-a como uma invasão do “território marítimo internacionalmente reconhecido da Guiana”.
O Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental dos EUA também reagiu, afirmando no X que o episódio configura uma “violação do território da Guiana” e alertando que “outras provocações resultarão em consequências para o regime de Maduro”.
A disputa territorial, que impede a exploração total do bloco petrolífero – cuja porção noroeste segue em força maior devido à impossibilidade da Exxon de avançar nos trabalhos –, permanece sem resolução definitiva, intensificando o clima de rivalidade na região.
