Tarcísio enfrenta primeira greve de metroviários em São Paulo

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Com pouco mais de três meses à frente do Palácio dos Bandeirantes, o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, enfrenta a primeira greve dos metroviários sob sua gestão. Praticamente todos os gestores anteriores passaram, em algum momento, por uma paralização da categoria ou ao menos por ameaça de interrupção do trabalho que é essencial para a população.

“Devido intransigência do governo e direção do Metrô a categoria decretou greve a partir das 00h de 23/3 exigindo que a empresa pague nossos direitos.”, diz a nota divulgada pelo Sindicato dos Metroviários. Eles também exigem “o fim das terceirizações e abertura imediata de concurso público mediante o quadro defasado de funcionários”

 

De acordo com reportagem do jornal O Estado de São Paulo, entre as reivindicações, os metroviários pedem o “fim da privatizações e terceirizações do serviço de transporte por parte do governo; o aumento de contratações por concurso público de novos servidores para ampliação do quadro de funcionários, e também o pagamento de um abono em troca da Participação dos Resultados e Lucros (PRL) que, segundo o sindicato, não foi repassada aos trabalhadores entre os anos de 2020 e 2022”.

Segundo a instituição, a categoria está disposta a negociar a qualquer momento para buscar um acordo. Os trabalhadores propuseram, como ‘alternativa à greve’, trabalhar normalmente, mas com as catracas abertas, ou seja, sem cobrança de passagem (o que, evidentemente, será custeado pelo próprio contribuinte por meio de recursos públicos).

“Se o governo concordar, os trabalhadores estão dispostos a protestar trabalhando com as catracas abertas para que a luta dos metroviários não cause transtorno à população”.

 

O Metrô informou que vai acionará um plano de contingência para minimizar os efeitos da paralisação, “possibilitando o funcionamento de trechos importantes do sistema. O Metrô lamenta a decisão do Sindicato de punir a população, paralisando o serviço essencial de transporte”, disse a companhia nas redes sociais.

O Metrô também afirma que “não há justificativa para que o Sindicato dos Metroviários declare greve reivindicando o que já vem sendo cumprido pela empresa, sendo que tal atitude só prejudica a população que depende do transporte público”.

Justiça aceita liberar catracas
O TRT indeferiu liminar, a pedido do Metrô, para fixar um quantitativo mínimo de funcionamento dos trens em caso de greve. Na decisão, foi acatada a liberação das catracas, método proposto pelo sindicato dos trabalhadores para afastar a possibilidade de danos à população.

“Segundo a juíza relatora da decisão, Eliane Aparecida da Silva Pedroso, dessa forma não ocorre diminuição da oferta dos serviços de transporte à comunidade, diferentemente do que foi proposto pelo sindicato patronal. Na opinião da magistrada, greve é um incômodo e tem o objetivo de mobilizar a sociedade em torno das exigências e necessidades de uma coletividade”, afirma comunicado do TRT.

Estado parado, empresas funcionando
Com a greve, quatro linhas do metrô de São Paulo estão sem operação, todas estatais: Azul, Verde, Vermelha e Prata. Duas linhas segue funcionando normalmente, ambas privatizadas: Amarela e Azul. Já a CPTM, em que boa parte da operação também já foi repassada à iniciativa privada, também funciona sem interrupções.

 


Fontes: Estadão; R7; Agência Brasil; Sindicado dos Metroviários
Foto: reprodução vídeo

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