Reportagem da Folha de São Paulo de hoje (6) aponta que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) colocou em sigilo mais de 30 pesquisas de opinião encomendadas pelo Executivo federal desde 2022, incluindo a administração do ex-presidente Bolsonaro (PL).
Os levantamentos contratados durante o governo Bolsonaro abrangeram temas como o Auxílio Brasil, “conjuntura nacional” e “juventude e universo feminino no Brasil”. Na gestão petista, as pesquisas avaliam o primeiro ano de Lula e o conflito no Oriente Médio, entre outros assuntos.
Segundo a Folha, a Secom (Secretaria de Comunicação Social) da Presidência e a CGU (Controladoria-Geral da União) se recusaram a divulgar detalhes sobre os temas.
A Secom classificou o pedido da Folha como “desarrazoado” e mencionou uma portaria do final de 2023 que restringe o acesso a informações da Presidência, justificando que a divulgação poderia trazer mais prejuízos do que benefícios à sociedade.
A CGU argumentou que as pesquisas não são dados “frios” e ainda podem influenciar futuras decisões governamentais. “A sua disponibilização possui o potencial de trazer à tona informações distorcidas referente a uma política pública a ser implantada, frustrar expectativas e gerar a propagação de informações equivocadas”, disse a CGU.
De acordo com a Folha, os 33 levantamentos, que totalizaram R$ 13 milhões, foram conduzidos pelo IPRI (Instituto de Pesquisa em Reputação e Imagem), empresa de pesquisa da FSB, que venceu uma licitação em 2022. O último levantamento foi feito em abril de 2024, quando o contrato terminou.
Apesar de alguns dados estarem disponíveis no portal da Secom sobre as ações de mídia do governo, a Secom e a CGU decidiram ocultar temas e valores específicos de cada pesquisa. Levantamentos sobre os primeiros cem dias e o primeiro ano do governo Lula foram os mais onerosos, cada um custando R$ 2,1 milhões.
As pesquisas também incluem temas sensíveis para o presidente Lula, como a guerra no Oriente Médio, além de assuntos sobre educação, economia e segurança. Outras pesquisas avaliaram a percepção da população sobre as chuvas no Rio Grande do Sul em 2023 e o Novo PAC.
Questionadas sobre a razão para manter em sigilo pesquisas feitas até mesmo na gestão Bolsonaro, a CGU e a Secom afirmaram que essas informações serão divulgadas “a partir da edição de ato, quando determinável”, ou ao término do mandato.
“Dessa forma, fica evidente que não há censura ou falta de prazo para a disponibilização das informações”, disseram os ministérios em uma nota conjunta. E mais: PT vai ao STF contra Lei que impede invasores de terras de participar de programas sociais. Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução vídeo; Fonte: Folha de SP)