Governo ameaça retaliar deputados que assinaram lista de impeachment de Lula

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Lula em reunião com Ministro da Educação, Camilo Santana, e da Secom, Paulo Pimenta, neste terça (27/2)



Membros do governo Lula alertaram os parlamentares da Câmara dos Deputados que aqueles que subscreveram o pedido de impeachment contra Lula (PT) por suas declarações sobre as mortes na Faixa de Gaza e o Holocausto enfrentarão represálias do Executivo.

A informação foi comunicada pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), aos líderes da base governista em uma reunião nesta terça-feira (27), conforme reportagem da Folha de São Paulo.

O entendimento foi que os deputados que assinaram o pedido e indicaram cargos regionais serão destituídos de seus cargos e receberão menos apoio do Executivo, o que inclui emendas parlamentares.

“Quem subscreveu o pedido de impeachment do presidente está declarando claramente que não está na base. Logo, se tinha alguma representação no governo, deve perdê-la. Essa contradição não pode continuar. Quem assinou deve decidir de que lado está: ao lado de Lula ou contra”, afirmou o deputado Alencar Santana (PT-SP), um dos vice-líderes do governo na Câmara.

A ação do Executivo para desarticular o pedido ocorre após o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) liderar uma grande manifestação na avenida Paulista. Auxiliares de Lula passaram a segunda-feira (26) tentando desviar o foco do sucesso do evento, embora tenham reconhecido que o ex-presidente conseguiu reunir aliados políticos influentes, segundo o jornal paulista.

O pedido de impeachment, apresentado pela deputada Carla Zambelli (PL-SP), foi protocolado na noite da última quinta-feira (22). Segundo a Secretaria-Geral da Mesa da Câmara, contou com 139 assinaturas, incluindo parlamentares da base governista de Lula na Casa.

Nas redes sociais, Guimarães afirmou que houve um consenso na reunião de que é “incompatível” um deputado ser da base, “manter relação com o governo e assinar” o pedido. “Isso não é razoável e minha posição é encaminhar a lista desses parlamentares para que o governo tome providências”, escreveu o deputado. Segundo participantes, os parlamentares também debateram a distribuição do comando das comissões permanentes da Câmara.

 

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