Governo Lula convoca chefe da Embaixada dos EUA após tarifa de Trump

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Em mais um movimento de contestação às recentes ações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o Itamaraty convocou, pela segunda vez nessa quarta-feira (9), o chefe da embaixada norte-americana em Brasília, Gabriel Escobar.

A iniciativa reforça o desconforto do governo brasileiro com as declarações e medidas do republicano, que decidiu impor uma tarifa de 50% sobre mercadorias brasileiras e acusou o país de perseguir Jair Bolsonaro.

Durante o novo encontro na sede da chancelaria, foi realizada uma devolução simbólica da carta enviada por Trump ao presidente Lula. No documento, tornado público pelo próprio Trump em uma rede social, ele afirma que o ex-mandatário brasileiro está sendo alvo de uma “caça às bruxas” e exige o fim imediato dos processos judiciais contra Bolsonaro. O republicano ainda classifica o tratamento dado ao ex-presidente como uma “vergonha”.

A carta também comunica a aplicação da sobretaxa sobre produtos do Brasil a partir de 1º de agosto. Em tom alarmista, Trump fala em ordens “secretas e ilegais” emitidas por autoridades brasileiras e acusa o governo Lula de atentar contra a “liberdade de expressão de americanos” por meio de ações contra plataformas digitais nos Estados Unidos.

O primeiro chamado ao representante diplomático dos EUA já havia ocorrido horas antes, quando o governo brasileiro exigiu explicações pelas manifestações públicas de Trump em defesa de Bolsonaro e pelas acusações de perseguição política. A nova convocação aconteceu após a oficialização das tarifas comerciais, considerada uma retaliação direta às instituições brasileiras.

Em nota, a embaixada dos Estados Unidos limitou-se a confirmar os encontros e evitou dar detalhes. “Como política, não comentamos conversas diplomáticas privadas”, informou a missão em Brasília.

Em resposta à medida, Lula prometeu reagir com base na legislação internacional. “É falsa a informação, no caso da relação comercial entre Brasil e Estados Unidos, sobre o alegado déficit norte-americano. As estatísticas do próprio governo dos Estados Unidos comprovam um superávit desse país no comércio de bens e serviços com o Brasil da ordem de US$ 410 bilhões ao longo dos últimos 15 anos”, escreveu em suas redes sociais. (Foto: EBC; Fonte: Folha de SP)

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