General do Exército é gravado lamentando vitória de Lula: ‘Indesejada, infelizmente aconteceu’

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O comandante do Exército nomeado por Lula (PT), general Tomás Paiva, teve áudio de uma palestra proferida em janeiro gravada e divulgada por um podcast no Spotify.

No material revelado, ele lamenta a vitória de Lula e diz que ela foi ‘indesejada’ dentro do Exército. O áudio foi publicado pelo podcast Roteirices e repercutido pela imprensa nesta terça-feira (28). No fim dessa reportagem, você pode ouvir toda a palestra no arquivo incorporado ao texto.

A declaração do general teria sido dada a oficiais do Comando Militar do Sudeste em 18 de janeiro, três dias antes dele assumir a chefia do Exército com a demissão do general Júlio César de Arruda.

Tomás conversava com os subordinados após os atos de 8 de janeiro após determinação do ex-comandante do Exército (demitido por Lula) para que a reunião acontecesse no sentido de transmitir uma mensagem ‘pró-Brasil’ aos comandados e minimizar as ‘animosidades’.

Veja abaixo alguns dos principais trechos da palestra do general:

– “Não dá para falar com certeza que houve qualquer tipo de irregularidade [na eleição]. Infelizmente, foi o resultado que, para a maioria de nós, foi indesejado, mas aconteceu”.

– “A diferença nunca foi tão pequena, mas o cara fala assim: ‘General, teve fraude’. Nós participamos de todo o processo de fiscalização, fizemos relatório, fizemos tudo. Constatou-se fraude? Não. Eu estou falando para vocês, pode acreditar. A gente constatou fraude? Não.”

– “Este processo eleitoral que elegeu o atual presidente e que não elegeu o ex-presidente foi o mesmo processo eleitoral que elegeu majoritariamente um Congresso conservador. Elegeu majoritariamente governadores conservadores”.

– “Nós estamos na bolha fardado, militarista, de direita e conservadora. Existe outra bolha, e ela não é pequena”.

– “Havia um entendimento do comandante em chefe das Forças Armadas, que era o presidente da República, que não era para mexer [nos acampamentos], que era legítimo. Não teve nenhuma intercorrência, ninguém se manifestou [pelo término dos atos], nem a Justiça, nem o Ministério Público, não teve nada”.

– “E de 1º a 8 [de janeiro], qual foi a ordem (de Lula) recebida para tirar (os acampamentos)? Nenhuma, não teve ordem. Porque a expectativa era que o movimento ia naturalmente se dissolver. Era de se esperar, e não ocorreu.”

– “É triste também porque a gente deu ferramenta para chamar o cara de terrorista. Que é isso? Não é terrorista. Estão até de sacanagem dizendo que o Mossad, está todo mundo querendo vir aqui para aprender com a Polícia Federal como que prende 1.500 terroristas de uma vez só […] Isso daqui é o seguinte: é vândalo, é maluco, cara que entrou numa espiral de fanatismo e extremismo que não se sustenta”, completou.

– “Impossível de fazer (…) intervenção militar com Bolsonaro presidente. Imagina se a gente tivesse enveredado para uma aventura. A gente não sobreviveria como país. A moeda explodiria, a gente ia levar a um bloqueio econômico jamais visto. Aí sim iria virar um pária e o nosso povo viveria as consequências. Teria sangue na rua. Ou vocês acham que o povo ia ficar parado? Não ia acontecer, cara.”

– “A gente fica puto quando vê um negócio desses, fica chateado, ninguém gosta” (sobre charges e memes feitos sobre a atuação dos militares no processo eleitoral e, principalmente, com o desfile de blindados que a Marinha fez na Esplanada dos Ministérios no dia da votação da PEC do voto impresso auditável na Câmara, em 2021).

– “Faz parte da cadeia de comando segurar para que isso não ocorra (sobre notícias dos planos do PT de promover uma reforma nas Forças Armadas). Agora fica mais difícil, mas nós vamos segurar, porque o Brasil precisa das Forças Armadas. Da nossa postura, da nossa coesão, da nossa manutenção dos valores, da crença na hierarquia e disciplina, do nosso profissionalismo, depende a força política do comandante e dos comandantes de Força para obstar qualquer tipo de tentativa de querer nos jogar para o enquadramento”.

Ouça abaixo à palestra gravada ou clique AQUI para ouvi-la diretamente no Spotify (não é preciso ser assinante).

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