Pavel Durov, fundador e presidente do Telegram, foi detido ontem à noite (24), imediatamente após pousar no aeroporto Le Bourget, em Paris.
À espera na pista do empresário russo, que chegou do Azerbaijão no seu jacto privado na companhia de uma mulher e do seu guarda-costas, estavam agentes da Gendarmaria dos Transportes Aéreos (GTA), que efetuaram a detenção com base num mandado emitido pelo sistema de justiça francês após uma investigação preliminar.
A informação foi revelada pela emissora Tf1, lembrando que o Telegram é considerado pela França cúmplice dos mais díspares crimes, como “tráfico de drogas e fraudes”.
A França também critica o criador da aplicação, que segundo a Forbes tem uma fortuna estimada em 15,5 milhões de dólares, pela sua ‘falta de moderação de conteúdos’ e pela total ‘ausência de cooperação’ com as autoridades .
Acusações que vêm sendo feitas há anos contra o Telegram, lançadas em 2013 por Durov, que entre as suas diversas nacionalidades também tem nacionalidade francesa.
Conhecido como o “Mark Zuckerberg da Rússia”, o homem nascido em São Petersburgo passou grande parte da sua juventude em Turim seguindo o pai, professor de filologia clássica.
Em 2014 teve que deixar a Rússia após ser afastado do VKontakte, rede social criada por ele antes do Telegram muito semelhante ao Facebook, que acabou nas mãos de figuras próximas ao presidente Vladimir Putin.
Porém, dúvidas pairam sobre a prisão feita ontem. De acordo com o mandado, o bilionário só poderia ser detido em território francês, razão pela qual a sua chegada ao aeroporto parisiense estranha às autoridades
“Ele cometeu um erro esta noite. Não sabemos porquê”, disse uma fonte próxima da investigação, levantando a hipótese de Pavel previa apenas uma escala na França.
Ciente dos riscos, o criador de um dos aplicativos mais difundidos do mundo tem evitado a Europa nos últimos anos, preferindo para suas viagens sobretudo a América Latina, os países do antigo bloco soviético e os Emirados Árabes Unidos (onde também tem a cidadania).
Depois de ter sido colocado sob custódia pelos homens do Onaf (Gabinete Nacional Antifraude dependente das Alfândegas) que o notificaram da sua detenção, Durov foi apresentado a um juiz de instrução com vista a uma acusação que deverá chegar hoje por crimes lavagem de dinheiro, recebimento de bens roubados e tráfico de drogas.
“Ele definitivamente será colocado em prisão provisória”, diz a mídia local. Uma forma de evitar que o empresário saia do país apesar das garantias que lhe seriam exigidas. E mais: SP soma 305 queimadas no sábado (24). Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução redes sociais; Pixa Bay; Fonte: La Stampa.it)
