O Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) divulgou na quarta-feira (19) um vídeo em que uma funcionária da Petrobras expressa preocupação com a exigência de maior presença no trabalho presencial. Segundo ela, a mudança tem provocado “estresse” e “sintomas físicos” inéditos em seus 17 anos na empresa.
No vídeo, publicado no Instagram, ela lê uma carta endereçada à Diretoria Executiva da estatal, criticando o aumento da jornada presencial de dois para três dias por semana. Ela afirma que a simples ideia da mudança já estaria comprometendo sua produtividade e bem-estar, e defende que qualquer alteração no regime híbrido seja discutida com os trabalhadores.
A funcionária também menciona valores institucionais da Petrobras, que, segundo ela, incluem a preocupação com a saúde dos empregados. Não há informações exatas sobre a data de gravação do vídeo.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), compartilhou o vídeo em suas redes sociais, mas não comentou o caso.
A Petrobras já havia anunciado, em 9 de janeiro de 2025, a decisão de aumentar a presença física dos funcionários, mantendo exceções para pessoas com deficiência (PCDs) e seus responsáveis. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) criticou a decisão, alegando que a mudança foi imposta sem qualquer consulta aos sindicatos ou aos próprios funcionários.
O tema gerou discussões nas redes sociais. Alguns internautas ironizaram as críticas ao retorno presencial, alegando que os trabalhadores da estatal possuem privilégios em relação a outras categorias. Outros, no entanto, defenderam o modelo híbrido, argumentando que ele pode aumentar a produtividade.
Em entrevista à Folha, a técnica de segurança que aparece no vídeo da Petrobras afirmou que a empresa não apresentou evidências de que o home office teria impacto negativo na produtividade. “Se vamos perder saúde, o mínimo que queremos é que faça sentido”, declarou. Ela também alertou que a medida afetará mães e funcionários que se mudaram para outras regiões e terão que se reorganizar.