A Finlândia anunciou, nesta quinta-feira (12), que será candidata a aderir à aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) “sem demora”, e a Suécia deve seguir o exemplo.
A decisão dos dois países nórdicos de abandonar a neutralidade que mantiveram durante a Guerra Fria seria uma das maiores mudanças na segurança europeia em décadas. O anúncio da Finlândia provocou a ira do Kremlin, que o chamou de ameaça direta à Rússia e ameaçou uma resposta.
“A Rússia será forçada a tomar medidas de retaliação, tanto de natureza militar-técnica quanto de outra natureza, a fim de impedir que surjam ameaças à sua segurança nacional”, diz a nota do governo russo.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou que os finlandeses serão “calorosamente recebidos” e prometeu um processo de adesão “suave e rápido”. A adesão finlandesa aumentaria tanto a segurança da Finlândia quanto a da Otan, segundo ele.
A Finlândia e a Suécia são os dois maiores países da União Europeia que ainda não aderiram à Otan. A fronteira de 1.300 quilômetros da Finlândia mais que dobrará a fronteira entre a aliança liderada pelos Estados Unidos e a Rússia, colocando as forças da Otan a algumas horas de carro da periferia norte de São Petersburgo.
“A Finlândia precisa solicitar adesão à Otan sem demora”, disseram o presidente Sauli Niinisto e a primeira-ministra Sanna Marin em comunicado conjunto. “Esperamos que as medidas nacionais ainda necessárias para essa decisão sejam tomadas rapidamente nos próximos dias.”
Questionado se a adesão da Finlândia à Otan representava ameaça direta à Rússia, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse: “Definitivamente. A expansão da Otan não torna nosso continente mais estável e seguro”.
“Isso não pode deixar de despertar nossa lamentação e é uma razão para respostas simétricas correspondentes do nosso lado”, acrescentou, sem especificar as possíveis respostas. Autoridades russas falaram no passado sobre medidas que incluem a possibilidade de posicionar mísseis com armas nucleares no Mar Báltico.
Questionado na quarta-feira se a Finlândia provocaria a Rússia ao aderir à Otan, Niinisto disse: “Minha resposta seria que [Putin] causou isso. Olhe no espelho”.
Cinco diplomatas e autoridades disseram à agência de notícias Reuters que os aliados da Otan esperam que ambos os países sejam membros rapidamente, abrindo caminho para maior presença de tropas na região nórdica para defendê-los durante período de ratificação de um ano.
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