Em uma troca de mensagens privadas no WhatsApp, revelou-se uma suspeita de que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) poderia ter desempenhado um papel conivente durante a invasão ao Palácio do Planalto em 8 de Janeiro.
O diálogo, ocorrido logo após as invasões, envolveu o então chefe da Abin, Saulo Moura da Cunha, e Leonardo Singer, que estava encarregado da Secretaria de Planejamento e Gestão da agência.
As informações foram reveladas pelo jornalista Paulo Cappelli, em sua coluna de ontem (17), no portal Metrópoles.
A cúpula da Abin expressou uma “hipótese forte” de que membros do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI), liderados por Gonçalves Dias, possam ter facilitado a entrada de manifestantes na área onde armas eram armazenadas no Palácio do Planalto.
A preocupação de Saulo Moura da Cunha era a possibilidade de que a Abin fosse questionada sobre sua atuação na situação.
Os diálogos começam com Saulo pedindo a Singer que analise todos os alertas enviados pela Abin ao GSI e a outros órgãos públicos no dia anterior aos eventos do 8 de Janeiro. Depois, Saulo afirma: “Cara. Estamos cobertos”.
Em seguida, a troca de mensagens evolui, com Singer sugerindo que eles apresentem as informações a Gonçalves Dias e, de alguma forma, indiquem a ele que membros de sua equipe podem ter facilitado a entrada dos manifestantes nas áreas onde as armas estavam guardadas.
“A princípio, sim. Precisamos agora apresentar aquele material ao GDias. E outra: de alguma maneira temos que dizer a ele que alguém(s) da equipe dele facilitou a entrada dos manifestantes nos recintos onde armamento estava armazenado. Não é fácil entrar e nem é fácil achar isso”.
Singer menciona a possibilidade de “uma hipótese forte de coordenação entre gente do GSI e gente da manifestação”. Ele deixa claro que essa insinuação deve ser feita com sutileza e cuidado, protegendo os interesses de ambos os lados.
Ambos os interlocutores concordam com a abordagem proposta por Singer, indicando uma estratégia conjunta para lidar com a situação delicada.
“Uma hipótese forte é coordenação entre gente do GSI e gente da manifestação. Claro, insinuar isso [ao GDias] com muita leveza e sabedoria, preservando os próprios c*s”, disse Singer. Saulo concordou: “Isso”. Ambos deixaram os cargos que ocupavam na reestruturação feita na Abin por determinação de Lula.
Pouco tempo depois, Saulo Moura da Cunha e Leonardo Singer deixaram seus cargos na Abin, aparentemente como parte de uma reestruturação ordenada por Lula (PT).
Essas revelações ganham ainda mais destaque à luz da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, de iniciar uma investigação oficial sobre as ações de Gonçalves Dias em relação aos eventos de 8 de Janeiro.
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