Ano da colheita? Estadão diz que Lula está ‘semeando vento’

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O jornal O Estado de S. Paulo publicou neste domingo (9) um editorial em que analisa o crescimento de 3,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 e questiona a estratégia econômica adotada pelo governo Lula. Segundo o jornal, o petista celebrou o resultado e afirmou que “2025 será o ano da colheita”, sem especificar a que se referia. No entanto, conforme o Estadão, “quem semeia vento colhe tempestade”, alertando para os riscos da atual política econômica.



O editorial destaca que o principal motor do crescimento foi o aumento do consumo das famílias, que subiu 4,8% no ano, impulsionado por políticas de incentivo do governo. O jornal pondera que esse crescimento tem um efeito colateral:

“Por óbvio, trouxeram o efeito colateral de aumento da inflação”, que se espalhou por diversos setores, impactando especialmente os alimentos e, por consequência, a popularidade do presidente. Uma pesquisa da AtlasIntel citada pelo editorial aponta que “já passa de 50% a parcela de eleitores que avaliam o governo Lula como ruim ou péssimo”.



Outro ponto abordado pelo Estadão é o investimento, que teve alta de 7,3% no último trimestre de 2024, levando a taxa de investimento do ano para 17%. Apesar de considerar esse crescimento uma “boa notícia”, o jornal avalia que o percentual ainda é insuficiente para sustentar um crescimento econômico de longo prazo. “Para manter a alta de 3,5% ao ano por ao menos uma década, como o País precisa para acelerar o desenvolvimento, a taxa teria de ficar ao redor de 25%”, afirma o editorial.



O jornal critica a “fórmula de crescimento” adotada pelo governo, que estaria baseada no estímulo ao crédito, aumento de gastos públicos e ampliação de programas de transferência de renda, sem uma correspondente elevação na capacidade produtiva. Para o Estadão, essa estratégia pode resultar em um sobreaquecimento da economia, descontrole inflacionário e, posteriormente, uma recessão.

O editorial também menciona a queda de 1% no consumo no quarto trimestre de 2024, atribuindo esse movimento à alta da inflação. “Foi a primeira queda no ano depois de três trimestres em franca expansão”, destaca o jornal, acrescentando que, em um cenário ideal, o consumo deveria continuar moderado para que a inflação convergisse para a meta de 3% e houvesse condições para a redução da taxa de juros e o crescimento sustentável.



O Estadão argumenta que Lula estaria priorizando ganhos eleitorais a curto prazo em detrimento da sustentabilidade econômica do país. O jornal ressalta que o Banco Central busca uma desaceleração da economia para conter a inflação, mas enfrenta resistência do governo, que continua apostando em medidas de estímulo ao crédito e ao consumo. Segundo o jornal, “a taxa de juros caminha para um patamar acima de 15% ao ano, como prevê o mercado financeiro”.



Por fim, o editorial critica a postura do presidente em relação à política econômica: “Lula persiste na ladainha de que vai botar ‘dinheiro rodando na mão do povo’, o que pode até lhe render um punhado de votos, mas só servirá para criar legiões de endividados”. O jornal conclui que, se mantida a atual trajetória, o Brasil pode enfrentar sérias consequências econômicas nos próximos anos. (Foto: Palácio do Planalto)

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