O jornal O Estado de S. Paulo publicou um editorial nesta segunda-feira (23) no qual critica a forma como o governo de Luiz Inácio Lula da Silva vem lidando com a recente crise cambial e as turbulências no mercado financeiro. O título é “O gabinete petista da desinformação”.
Segundo o veículo, o governo teria adotado uma narrativa que atribui a alta do dólar a um suposto “ataque especulativo” organizado contra o Brasil, desviando o foco dos problemas fiscais do País.
Conforme o editorial, a estratégia governista tem origem no Palácio do Planalto e é conduzida por lideranças do Partido dos Trabalhadores (PT). A publicação ressalta que a tese de ataque especulativo, embora amplamente defendida por membros do governo, “não se sustenta”.
O jornal citou declarações do futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que refutou a ideia: “O mercado não é algo monolítico, tem compra e venda, vencedores e perdedores. Ataque especulativo como algo coordenado não representa bem”, disse Galípolo.
Mesmo com a fala de Galípolo, figuras do governo e do partido continuam insistindo na narrativa. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, reafirmou a tese, enquanto o deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR) chegou a pedir uma investigação da Polícia Federal contra agentes do mercado financeiro, apelidados de “Faria Lima”.
Outros nomes citados pelo editorial incluem o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e o líder na Câmara, José Guimarães (PT-CE).
O editorial também destacou a postura do ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, que usou as redes sociais para classificar o suposto ataque como um “crime de lesa-pátria”. Pimenta afirmou: “A indústria das fake news está trabalhando mais uma vez contra o Brasil, e nós precisamos agir”, apontando que frases falsas atribuídas a Galípolo seriam a causa das oscilações cambiais.
A publicação comparou as ações do governo atual à prática de governos populistas e autoritários, classificando-as como tentativas de desviar a atenção dos verdadeiros problemas do País.
Para o jornal, “os atuais inquilinos do Palácio do Planalto contaminam o debate público com bobagens paranoicas, difundindo teorias conspiratórias e apontando o dedo para inimigos ocultos”, em vez de buscar soluções para as questões fiscais e econômicas.
Além disso, o texto lembrou a atuação dos chamados “blogs sujos” durante governos petistas anteriores, financiados publicamente para atacar opositores, e traçou um paralelo com o “gabinete do ódio” do governo Bolsonaro. De acordo com o editorial, os métodos lulopetistas seriam “veteranos” na prática de fabricar narrativas conspiratórias.
O Estado encerra afirmando que a insistência em teses infundadas não resolve a crise cambial nem reconquista a confiança perdida do mercado. Clique AQUI para ver na íntegra. (Foto: EBC; Fonte: Estadão)