De teoria da conspiração à realidade. O Foro de São Paulo agora é reconhecido pela imprensa brasileira após décadas de silêncio sobre o tema e ataques àqueles que o denunciavam (especialmente Olavo de Carvalho).
Tanto que neste domingo (25) o jornal O Estado de São Paulo não apenas falou sobre a próxima reunião da esquerda latino americano, como teceu críticas ao objetivo da reunião. O Foro de SP 2023 será realizado de 29 de junho a 2 de julho, em Brasília.
“O 26.º encontro anual do Foro de São Paulo (FSP) – uma organização de partidos da esquerda latino-americana marxista cuja secretaria executiva está a cargo do PT – foi programado para o fim do mês em Brasília com intenções óbvias: o Foro quer prestigiar o presidente Lula da Silva, e Lula quer prestigiar o Foro.”, inicia assim o editorial o jornal paulista.
O Estadão lembra que atualmente 12 dos 19 países da América Latina – responsáveis por 92% da sua população e 90% de seu PIB – são atualmente governados pela esquerda.
“Mas é característico de uma organização que já nasceu retrógrada – o Foro foi fundado por Lula e Fidel Castro em reação ao ocaso da União Soviética – que a leitura desse cenário seja completamente negacionista.”.
Outra crítica do jornal é sobre governos de esquerda ‘na prática’. “Abastecidos pelo boom das commodities, os governos esquerdistas promoveram generosas políticas distributivas, mas sem investir em reformas e nas condições de um crescimento sustentável, como educação, produtividade e diversificação econômica. O fim do ciclo escancarou a hemorragia fiscal. Na última década o PIB per capita latino-americano ficou estagnado e a desigualdade se acentuou. As perspectivas de crescimento são medíocres se comparadas a economias emergentes como as da Ásia.”.
“Para a surpresa de ninguém, o Foro não sugere outros caminhos além de mais governo, estatais, gastos, protecionismo e intervenção no mercado – como se essas políticas não tivessem relação com a mixórdia atual. Mas onde o Foro se esmera em detalhes é na acusação aos inimigos políticos. Para ele, o inferno são os outros, mais exatamente os EUA. Abundam recriminações ao “imperialismo”, ao “colonialismo”, ao “neoliberalismo”, ao “grande capital”.
E conclui: “Eis a receita do Foro: mais poder ao Estado; menos liberdade econômica; apoio a agressões aos direitos humanos e às instituições democráticas, desde que perpetradas por regimes de esquerda; antagonismo às democracias liberais do Ocidente; e alinhamento ao eixo autocrático sino-russo.”.
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