Endividamento e inadimplência aumentam entre brasileiros em maio

direitaonline

Os brasileiros enfrentaram maior dificuldade financeira em maio, com aumento tanto do endividamento quanto da inadimplência, conforme dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

A parcela de famílias com algum tipo de dívida subiu de 77,6% em abril para 78,2% em maio — o segundo avanço mensal seguido. Em comparação com o mesmo período do ano passado, quando o índice era de 78,8%, houve queda de 0,6 ponto percentual.

Considera-se como dívida qualquer obrigação financeira pendente, como cartão de crédito, cheque especial, carnês, crédito consignado, empréstimos, cheques pré-datados e prestações de veículos ou imóveis.

A inadimplência, por sua vez, cresceu de 29,1% para 29,5% no intervalo de um mês, atingindo o maior patamar desde outubro de 2023. Em maio de 2024, essa taxa era de 28,6%. A proporção de famílias que afirmaram não ter condições de quitar dívidas vencidas também subiu, de 12,4% em abril para 12,5% em maio.

“Mesmo com endividamento ligeiramente menor que o do ano passado, o aumento da inadimplência reflete uma maior vulnerabilidade financeira. É fundamental buscar equilíbrio entre crédito e capacidade de pagamento para sustentar o crescimento do país”, afirmou José Roberto Tadros, presidente da CNC.

Por outro lado, a pesquisa registrou um dado positivo: a fatia de famílias comprometendo mais da metade da renda com dívidas caiu para 19,7%, o menor nível desde julho de 2023. A média da renda comprometida com dívidas também recuou, ficando em 29,8%.

O cartão de crédito continua sendo o meio mais usado para contrair dívidas, citado por 83,6% dos endividados. No entanto, essa participação caiu em relação aos 86,9% registrados em maio do ano anterior. Já os carnês apresentaram leve crescimento, subindo de 16,2% para 17,2% no mesmo período.

Outro destaque foi a redução no tempo médio das dívidas: o percentual de famílias com compromissos superiores a um ano caiu para 32,8%, o menor desde junho, com crescimento nas faixas de prazos mais curtos — sinal de que os consumidores têm preferido formas de crédito com vencimento mais próximo.

Entre as diferentes faixas de renda, a classe média foi a mais afetada. Famílias com renda de três a cinco salários mínimos viram a taxa de endividamento subir de 79,0% para 80,3%, enquanto as com rendimento entre cinco e dez salários tiveram aumento de 75,7% para 78,9%. Já no grupo com renda superior a dez salários mínimos, o avanço foi mais sutil: de 67,3% para 67,6%.

Em relação à inadimplência, a maior alta também ocorreu entre os que ganham entre três e dez salários mínimos. Já entre as famílias com renda até três salários mínimos e aquelas com rendimentos acima de dez salários, houve leve recuo nas taxas de atraso. E mais: Grupo Silvio Santos encerra parceria com Accor e busca nova gestão para o Hotel Jequitimar. Clique AQUI para ver. (Foto: PixaBay; Fonte: CNN)

Gostou? Compartilhe!
Next Post

William Waack critica manobras fiscais do governo: “Troca seis por meia dúzia”

Em sua coluna mais recente na CNN, o jornalista William Waack fez duras críticas à condução da política fiscal pelo governo federal, especialmente em relação à tentativa de contornar o aumento do IOF com novas propostas de elevação de receitas. Para Waack, o Palácio do Planalto tem apenas substituído uma […]