Nos últimos anos, a possibilidade de uma gigante do comércio eletrônico dar o salto para o mundo físico já vinha sendo cogitada. Agora, o plano se concretiza, conforme anunciado por Frederico Trajano, CEO do Magazine Luiza, o Magalu.
A estreia está marcada para ocorrer em breve, com a abertura de uma unidade na loja do grupo localizada às margens do rio Tietê, em São Paulo. O movimento reflete uma estratégia ousada para fortalecer a presença no varejo e enfrentar competidores globais.
A empresa por trás dessa iniciativa é a Netshoes, adquirida pelo Magalu em 2019 e conhecida como uma das pioneiras do ecommerce esportivo no Brasil desde os anos 2000.
Curiosamente, a marca começou em um estacionamento na rua Maria Antônia, no coração paulistano, mas uma tentativa frustrada de expansão física no shopping Ibirapuera a levou a focar no digital — um passo que transformou a companhia em um sucesso online. Hoje, a Netshoes retorna às origens de um jeito novo, integrando-se ao espaço físico de uma das unidades do Magazine Luiza.
A abertura, prevista para os próximos dias, integra um plano maior de expansão das operações presenciais. Para Trajano, essa abordagem multicanal é uma vantagem estratégica frente aos grandes players internacionais do varejo online. Ele também citou a recente inauguração de um ponto do Magalu no Conjunto Nacional, na antiga sede da Livraria Cultura, como exemplo dessa visão, reunindo todas as marcas do grupo.
“A loja vai ser um outlet de 2.000 metros quadrados na nossa loja do Magalu da marginal Tietê. Nos últimos 20 anos, a Netshoes, que é uma das marcas mais conhecidas de internet brasileira e do segmento de varejo de esporte do país, não teve uma experiência física concreta. Quando começou, ela até foi uma loja física, mas logo fechou e migrou para o online”, explicou o executivo em entrevista à Folha de S.Paulo.
Trajano destacou que a integração entre os canais físico e digital é um trunfo comprovado. “Nos Estados Unidos, a Amazon precisou fazer a aquisição do Whole Foods, uma empresa física, para conseguir ser bem-sucedida na categoria de alimentos. Essa é uma tendência em que vemos algum movimento lá fora, e esse talvez seja o mais emblemático, mas para nós sempre foi diferencial”, ressaltou. A Netshoes agora terá de competir com gigantes como Centauro e Decathlon, que já dominam tanto o varejo físico quanto o digital no setor esportivo.
Em meio a desafios econômicos, como os juros altos da Selic, o CEO também abordou a resiliência do grupo. “Já publicamos quatro trimestres de lucro, mesmo com juros altos, coisa que não tínhamos na anti-ciclicalidade passada. Mesmo com juros a 13% ao ano, estamos caminhando para o quinto trimestre de lucro. Seria melhor para a nossa companhia se os juros estivessem baixos.
Mas para mim, era importante entregar resultado em um ciclo de juros alto para mostrar que a estratégia está bem-sucedida, embora eu lamente isso para o país como um todo”, afirmou. Sobre a concorrência com plataformas chinesas, como Shopee e Shein, ele enxerga um cenário mais justo após a introdução de taxas de importação.
“Agora que houve o processo de isonomia tributária, com as novas taxações, o programa Remessa Conforme, a competição ficou mais equilibrada. Houve um momento em que essa competição preocupava mais, porque havia uma vantagem tributária em se vender da China para o Brasil”, concluiu. E mais: Triplex de luxo de Luciana Gimenez e Marcelo de Carvalho será leiloado nos EUA. Clique AQUI para ver. (Foto: divulgação; Fonte: Folha de SP; Investidor10)