João Dória enviou carta ao presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, neste sábado (14), em que chamou de “tentativa de golpe” a contratação de uma pesquisa para definir a candidatura única da terceira via ao Palácio do Planalto. “Apesar de termos vencido legitimamente as prévias, as tentativas de golpe continuaram acontecendo”, escreve Doria no documento. As informações são da CNN.
Em seguida, diz a emissora, o dirigente tucano convocou, para a próxima terça-feira (17), uma reunião ampliada da Executiva Nacional da sigla, com a presença das bancadas tucanas da Câmara e do Senado.
No comunicado para a reunião do PSDB, Araújo afirma que todas as negociações com os demais partidos do grupo em torno de uma candidatura única tiveram “notória anuência” de Doria e que a contratação da pesquisa foi referendada pela Executiva do partido. “O Brasil vive um momento grave de nossa história em que o PSDB e outros partidos do centro democrático têm a obrigação de oferecer uma alternativa à sociedade brasileira”, escreve o presidente nacional do PSDB.
Na carta, Doria diz que os critérios estabelecidos, como má colocação nas pesquisas eleitorais e altos índices de rejeição, são “desculpas estapafúrdias”. “As desculpas para isso são as mais estapafúrdias, como, por exemplo, a de que estaríamos mal colocados nas pesquisas de opinião pública e com altos índices de rejeição, cinco meses antes do pleito. Pesquisas de opinião refletem o momento e não podem servir de guia único para o voto do eleitor, muito menos podem servir para guiar os destinos do partido na eleição”, escreve Doria.
Doria diz não concordar com a realização do levantamento, afirmando que a medida “não passa de subterfúgio para abandonar as diretrizes já, soberana e democraticamente, definidas pelos filiados nas prévias do partido”.
O ex-governador de São Paulo diz ainda seguir à disposição do PSDB para a “formação de projetos com outras agremiações”, mas reafirma não abrir mão “da posição de protagonista do projeto nacional do nosso partido”.