O dólar voltou a encerrar em alta nesta terça-feira (2). A moeda americana terminou o dia na casa dos R$ 5,66, maior patamar desde 10 de janeiro de 2022, quando custava R$ 5,6742. Durante o dia, o dólar chegou a ser cotado por R$ 5,70.
A moeda norte-americana continua no maior nível desde 10 de janeiro de 2022, quando tinha fechado em R$ 5,67. A divisa acumula alta de 16,8% em 2024.
No mercado de ações, o dia foi marcado por uma leve recuperação. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 125.038 pontos, com alta de 0,26%. Mais uma vez, o indicador foi impulsionado por ações de empresas exportadoras, principalmente do setor de carnes.
O mercado externo teve um dia de alívio, com as taxas dos títulos do Tesouro norte-americano recuando após dias sucessivos de alta. O presidente do Federal Reserve (Fed, Banco Central dos Estados Unidos), Jerome Powell, disse que a economia norte-americana iniciou uma trajetória de desinflação, o que animou os investidores internacionais.
A trégua no mercado global não se repetiu no Brasil. O mercado reagiu, mais uma vez, a críticas de Luiz Inácio Lula da Silva ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Em entrevista a uma rádio da Bahia, Lula disse que tomaria providências em relação à alta recente do dólar ante o real, mas não detalhou as medidas.
“Eu tenho conversado com as pessoas [sobre] o que a gente vai fazer […] Temos que fazer alguma coisa. Não posso falar o quê, porque estaria alertando meus adversários”, declarou.
E prosseguiu com as críticas: “Agora, o que não dá é você ter alguém dirigindo o Banco Central com viés político. Definitivamente, eu acho que ele tem viés político. Agora, veja, eu não posso fazer nada, porque ele é o presidente do Banco Central, ele tem um mandato, ele foi eleito pelo Senado, eu tenho de esperar ele terminar o mandato e indicar alguém”.
Lula voltou a dizer que acredita no Banco Central “funcionando de forma correta e com autonomia” e com um presidente que não esteja vulnerável a pressões políticas, mas salientou que a instituição “não pode estar a serviço do sistema financeiro e do mercado”.
Para Lula, “não é normal o que está acontecendo”. Por isso, ele afirmou que fará reunião em Brasília nesta quarta-feira (3), para que o governo definir como agir em relação à suposta especulação contra o real, que, segundo ele, seria responsável pela alta no dólar.
O real apresenta o pior desempenho entre seus pares latino-americanos. De acordo com o Boletim Focus desta semana, economistas do mercado financeiro elevaram as projeções de cotação do dólar no fim deste ano e nos próximos. A previsão para o câmbio em 2024 subiu de R$ 5,15 para R$ 5,20, na terceira alta consecutiva. Um mês antes, estava em R$ 5,05.
Sobrou para o Zeca
A desvalorização da moeda brasileira acabou ‘sobrando’ para o petista Zeca Dirceu (PT-PR). Isso porque em 2021, ainda com o Brasil sob os reflexos econômicos da pandemia, escreveu nas redes sociais: “Quem bate R$6,00 primeiro: o dólar ou a gasolina?”.
Quem bate R$6,00 primeiro: o dólar ou a gasolina?
— Zeca Dirceu (@zeca_dirceu) February 20, 2021
Não foram poucos os que entraram nos comentários de publicações recentes de Zeca ironizando a antiga fala. “Gostei dessa pergunta companheiro Zeca, fala mais sobre a resposta.”, ironizou um perfil. Teve gente escrevendo ‘grande dia’ nas publicações do deputado. E mais: Campos Neto rebate Lula e lembra que maior taxa de juros foi em ano eleitoral no governo Bolsonaro. Clique AQUI para ver. (Foto: Palácio do Planalto; Fonte: EBC; Poder360; Estadão)
