Após o fechamento do dólar em R$ 5,06, o Banco Central anunciou, na noite desta segunda-feira (1º), sua primeira intervenção no mercado cambial desde o início do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A intervenção ocorrerá por meio de um leilão adicional de até 20 mil contratos de swap cambial, equivalentes a US$ 1 bilhão. O objetivo do BC é proporcionar proteção contra variações excessivas do dólar em relação ao real (hedge cambial) e fornecer liquidez ao mercado doméstico.
Em comunicado, o BC afirmou que atuará “visando à manutenção do funcionamento regular do mercado de câmbio” diante dos efeitos gerados pelo resgate do título de NTN-A3 (Nota do Tesouro Nacional, subsérie A3), previsto para o dia 15 de abril.
A compra de contrato de swap pela autoridade monetária funciona como uma injeção de dólares no mercado futuro, protegendo o comprador em caso de desvalorização do real. É uma ferramenta utilizada pelo Banco Central para evitar distúrbios no mercado de câmbio, garantindo oferta para atender a um aumento na demanda pela moeda estrangeira.
Nesta segunda-feira (1º), o dólar teve uma alta de 0,88%, encerrando o dia cotado a R$ 5,058, acompanhando a forte valorização dos títulos do Tesouro americano, os chamados “Treasuries”, em um dia de ajustes após o feriado de Páscoa.
O mercado também foi impactado pela baixa liquidez da sessão devido ao feriado na Europa. Na Bolsa brasileira, o Ibovespa, principal índice de ações do país, apresentou queda de 0,87%, fechando o pregão aos 126.990 pontos. No acumulado do ano, o indicador registra uma baixa de 4,53%.
Em 2023, o Banco Central não realizou leilões extras de dólar, em meio a um cenário de baixa volatilidade do real e um forte fluxo comercial, o que caracterizou a menor intervenção da autoridade monetária desde a adoção do regime de câmbio flutuante no país, em 1999.
As projeções para este ano indicam que a volatilidade do câmbio no Brasil dependerá da política de juros do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) e dos riscos geopolíticos no cenário global. No âmbito doméstico, a trajetória das contas públicas é a principal preocupação dos economistas.
Em 28 de dezembro de 2023, o dólar fechou em R$ 4,85. Desde então, tem registrado uma tendência de alta. No acumulado do ano, a moeda americana subiu 4,25%. Nesta segunda-feira, o dólar encerrou o dia cotado a R$ 5,06, registrando a maior cotação do ano.
As últimas intervenções ocorreram em 2022. Em abril daquele ano, o BC vendeu US$ 500 milhões em um leilão extraordinário de 10 mil contratos de swap cambial tradicional. Naquela época, o dólar estava em níveis elevados, em parte devido à perspectiva de um aumento mais agressivo das taxas de juros pelo Fed. E mais: Relator vota contra cassação de Moro e diz que PT tenta tirá-lo da política. Clique AQUI para ver. (Foto: EBC; Fonte: Folha de SP)