O Banco Central revelou, nesta sexta-feira (29), que a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) atingiu R$ 9 trilhões em outubro de 2024, marcando um recorde histórico. O indicador, que inclui as contas do governo federal, INSS e governos estaduais e municipais, vem sendo monitorado desde 2006.
Desde o início do atual governo, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a dívida aumentou R$ 1,8 trilhão. Somente em 2024, o crescimento foi de R$ 952,6 bilhões. O valor registrado em outubro representa 78,64% do Produto Interno Bruto (PIB), o maior patamar desde outubro de 2021.
Fatores que impulsionaram o aumento
O crescimento da dívida em outubro se deve a diversos fatores:
– Juros nominais apropriados: aumento de 0,7 ponto percentual (p.p.) do PIB;
– Desvalorização cambial: impacto de +0,3 p.p.;
– Resgate líquido de dívida: redução de 0,1 p.p.;
– Variação do PIB nominal: impacto negativo de -0,5 p.p.
No acumulado do ano, o aumento de 4,2 p.p. é impulsionado principalmente pela incorporação de juros (+6,3 p.p.) e pela emissão líquida de dívida (+1,1 p.p.), enquanto o crescimento do PIB nominal (-4,1 p.p.) ajudou a conter o avanço.
Comparativo por governos
Desde 2006, a dívida cresceu em diferentes governos:
Lula (2007-2010): +R$ 674,9 bilhões;
Dilma (2011-2014): +R$ 1,241 trilhão;
Dilma/Temer (2015-2018): +R$ 2,020 trilhões;
Bolsonaro (2019-2022): +R$ 1,952 trilhão;
Lula (2023-atual): +R$ 1,807 trilhão.
Juros elevados e impacto fiscal
O custo dos juros nominais atingiu R$ 111,6 bilhões em outubro, uma alta de 80,3% em relação ao mesmo mês de 2023. A taxa Selic elevada encarece o financiamento da dívida, resultando em um déficit nominal de R$ 74,1 bilhões no mês e de R$ 1,093 trilhão no acumulado de 12 meses, o que representa 9,52% do PIB.
Quem detém a dívida?
Instituições financeiras lideram como principais detentoras da dívida interna, com 28,6% do total. Em seguida, aparecem fundos de pensão (23,7%) e fundos de investimento (22,4%). A participação de investidores estrangeiros também cresceu, alcançando 10,7%, o maior índice desde 2018.
Por meio da dívida pública, o governo capta recursos junto a investidores e se compromete a devolver o valor com correção, baseada na Selic, inflação, dólar ou em taxas prefixadas. E mais: Em entrevista a jornal americano, Bolsonaro diz que aposta em apoio de Trump para retornar ao poder. Clique AQUI para ver. (Foto: Ministério da Fazenda; Fontes: Poder360; EBC; CNN)