Munido de documentação que comprovaria a “maior injustiça cometida contra a Polícia Rodoviária Federal (PRF)”, o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques disse não ser verdade que a instituição direcionou sua fiscalização para o Nordeste durante o segundo turno das eleições de 2022 para beneficiar qualquer candidato à presidência da República.
Silvinei é o primeiro depoente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, que acontece nesta terça-feira (20).
O policial, hoje aposentado, estava à frente da instituição quando foram realizadas blitz em rodovias federais durante o segundo turno das eleições. De acordo com reportagens exploradas pela imprensa à época, a PRF estaria reforçando as blitz e dificultando o voto dos eleitores dos estados do Nordeste, região onde o então candidato petista à presidência da República teria vantagem.
Silvinei afirmou que não foi notificado e não tem conhecimento de qualquer investigação no âmbito da PRF sobre o fato e que não seria possível, em “nenhum órgão federal” cometer um crime dessa magnitude sem que uma conversa de corredor tenha sido levantada. Para ele, a denúncia é fantasiosa e foi propagada a partir de “mentiras”.
De acordo com Vasques, a informação de que a polícia rodoviária estaria dificultando o trânsito no Norte e no Nordeste se espalhou nas redes sociais a partir de três denúncias que, segundo ele, foram feitas por indivíduos que mentiram e estão sendo processados por isso. Uma das notícias se referia a um ônibus parado no município de Benevides (PA).
“Está o registro aqui, não tem como burlar. O ônibus ficou parado por 14 minutos no local com o tacógrafo estragado, e a polícia ainda fez a escolta do ônibus até a área de votação. Ninguém deixou de votar”, disse.
Ele reforçou a explicação questionando o fato de como a instituição conseguiria mobilizar 13 mil policiais no Brasil, orientando o que seria uma operação crimonosa, “sem ter uma conversa por WhatsApp, Telegram, sem ter uma reunião com esses policiais em qualquer delegacia do Brasil, sem ter um e-mail enviado?”.
Apreensão
Naquele diz, 30 de outubro de 2022, a PRF informou que apreendeu R$ 4,5 milhões em 12 diferentes ocorrência pelo país, o que validaria o depoimento de Silvanei de que a ação da PRF foi isenta e sem nenhum propósito eleitoreiro em benefício de nenhum candidato.
Para ilustrar a apreensão, o deputado federal Filipe Barros (PL-PR) imprimiu notas com o rosto de Lula para ilustrar dinheiro apreendido pela PRF. Assista abaixo!
Deputado imprime notas com o rosto do presidente Lula para ilustrar dinheiro apreendido pela PRF.
Na CPMI do dia 8 de Janeiro, Filipe Barros (PL, PR) usou cédulas falsas para ilustrar parte dos R$ 4,5 milhões apreendidos durante o 2º turno das eleições de 2022. pic.twitter.com/lyIGW1P9Gf
— Metrópoles (@Metropoles) June 20, 2023