O ministro da Economia da Argentina, Martín Guzmán (foto acima), anunciou, pelas redes sociais, sua renúncia ao cargo, apenas dois minutos depois que Cristina Kirchner, vice-presidente do país, falava sobre economia do país e o criticou no discurso. Dois minutos depois, Guzmán postou textão de quatro páginas no Twitter, anunciando sua saída.
Con la profunda convicción y la confianza en mi visión sobre cuál es el camino que debe seguir la Argentina, seguiré trabajando y actuando por una Patria más justa, libre y soberana. pic.twitter.com/rJQ5w0argQ
— Martín Guzmán (@Martin_M_Guzman) July 2, 2022
Os rumores que o ministro poderia abandonar o barco começaram quando ele passou a não poder mais tomar decisões a respeito sobre a questão energética e com o dólar. Agora, Guzmán abandona o barco depois de uma semana em que a moeda local bate os US$ 239 e o risco-país está em 2.374 pontos.
Guzmán assumiu sua posição com o diagnóstico de que a reestruturação da dívida aliviaria a carga de vencimentos e a oferta de dólares que a economia precisa para se recuperar após a crise que atravessa desde 2018, primeiro com a corrida ao peso naquela época, e depois com a pandemia.
Porém, o ministro sai quase três anos depois com a economia estagnada, inflação mais alta (assumiu com 53,8% e sai com projeções de 80%) e risco país semelhante.
Efeito cascata
Após a demissão de Martín Guzmán do Ministério da Economia, o número dois da pasta, Raúl Enrique Rigo, também pediu demissão. Esse, pelo menos “é das antigas” e preferiu enviar uma carta formal de renuncia ao presidente argentino, Alberto Fernández.