Conselho de Ética da Câmara aprova admissibilidade de cassação de Glauber Braga (Psol-RJ)

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O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (11) o parecer favorável do deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), que aceitou a representação do partido Novo pedindo a cassação do deputado Glauber Braga (Psol-RJ). O pedido foi motivado por um incidente em que Braga expulsou, com chutes, um militante do Movimento Brasil Livre (MBL) das dependências do Congresso. A votação teve 10 votos a favor e 2 contrários.

Com essa aprovação, o processo avança para a etapa de depoimentos de testemunhas e obtenção de provas. Após essa fase, o relator poderá recomendar a cassação, solicitar o arquivamento do caso ou propor uma punição menos severa, como uma suspensão temporária ou advertência.

O episódio ocorreu em abril, durante uma sessão da Câmara destinada à análise de um projeto de lei em uma comissão, quando Glauber Braga foi abordado pelo militante do MBL Gabriel Costanaro.

O deputado Chico Alencar (Psol-RJ), em defesa do colega, afirmou que Glauber Braga foi provocado diversas vezes pelo militante com o intuito de criar “vídeos editados” para denegrir sua imagem nas redes sociais, o que, segundo ele, configura um “abuso de poder midiático” que precisa ser regulado. “Ele não violou a ética ou o decoro parlamentar”, argumentou Alencar.

“Eu afirmo que Glauber foi provocado. Cada pessoa reage de uma maneira diferente. Ele estava passando por um momento delicado, com a saúde da mãe em estado grave, e isso também foi alvo da suposta entrevista. Sua reação foi mais emocional do que racional”, completou.

Kim Kataguiri (União-SP), um dos coordenadores do MBL, condenou a atitude de Braga e defendeu que ele deve ser cassado. “O futuro ex-deputado Glauber Braga é desequilibrado. Não é de hoje que ele age de forma agressiva, inclusive contra colegas desta Casa”, declarou Kataguiri. “Não é só com deputados de direita, mas até com parlamentares de esquerda. Ele será punido por isso”, finalizou.

Glauber Braga, por sua vez, afirmou que o militante foi várias vezes às suas sessões de prestação de contas públicas com o intuito de provocá-lo, e que durante uma audiência na Câmara teria ameaçado a mãe de uma militante do Psol. O deputado também acusou o MBL de ser uma “organização criminosa” e de tentar intimidar militantes de esquerda. Além disso, direcionou críticas ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), alegando que o processo só está prosseguindo por conta de divergências políticas. Segundo ele, o relatório foi alterado a mando de Lira.

O relator do caso, Paulo Magalhães, ressaltou a gravidade do incidente, destacando que o Conselho de Ética precisa se debruçar sobre a questão. “O episódio envolvendo o deputado Glauber ultrapassou todos os limites do aceitável”, declarou Magalhães.

“Não sou seu adversário, mas em poucos minutos, vossa excelência conseguiu agredir três pessoas com suas palavras”, acrescentou. O parecer preliminar foi aprovado com 10 votos a favor, com apenas Chico Alencar (Psol-RJ) e Jilmar Tatto (PT-SP) se posicionando contra. E mais: STF decide validade de prova obtida por segurança privado em estabelecimento público. Clique AQUI para ver. (Foto: Agência Câmara; Fonte: Valor)

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