Segundo reportagem de hoje (12) do portal ‘O Antagonista’, o mercado financeiro foi surpreendido com a carta-renúncia do conselheiro independente José Luciano Duarte Penido endereçada ao presidente do Conselho de Administração da mineradora Vale.
Segundo o veículo, ele alega que o processo de sucessão da empresa tem sido “conduzido de forma manipulada, não atende ao melhor interesse da empresa, e sofre evidente e nefasta influência política“.
Penido, que era conselheiro da empresa desde 2019, alega ainda que “não acredita mais na honestidade de propósitos de acionista relevantes da empresa” e diz que “neste contexto, minha atuação como conselheiro independente se torna totalmente ineficaz, desagradável e frustante“.
Procurada por O Antagonista para confirmar a autenticidade da correspondência, a Vale, por meio da Assessoria de Imprensa, disse apenas que não vai comentar o caso, “o que, por si só, demonstra subserviência ao governo”, dispara o portal de notícias.
Recentemente, o Planalto tentou emplacar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega para o cargo de CEO no lugar de Eduardo Bartolomeu na mineradora. A renúncia de Penido veio após o conselho de administração da Vale ter decidido prorrogar o mandato de Bartolomeu de maio para dezembro deste ano. A movimentação alongou o prazo para a negociação de uma solução que agradasse acionistas e o governo.
Penido teria sido um dos dois conselheiro que se posicionou contra essa solução para a questão. O conselheiro possui experiência no ramo de commodities, e foi CEO da Samarco por 13 anos e presidente do conselho da Fibria, por mais de 10 anos.
A insistência do Planalto por uma pessoa alinhada ao governo no comando da mineradora chegou a derrubar o valor das ações da companhia à época, o que teria levado Lula a retroceder na indicação de Mantega.
Vale lembrar que o governo não tem mais assento na mineradora, porém, a maior acionista individual na companhia é a Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil). (Foto: divulgação; Fonte: Antagonista)