A confiança empresarial encerrou 2023 no menor patamar em oito meses, refletindo sinais de demanda enfraquecida, segundo Rodolpho Tobler, economista da Fundação Getulio Vargas (FGV), ao comentar sobre o Índice de Confiança Empresarial (ICE) de dezembro do ano passado, divulgado hoje (3). O indicador registrou uma queda de 0,6 ponto, marcando a quarta queda consecutiva, atingindo 91,2 pontos, a menor pontuação desde abril de 2023 (91,1 pontos).
Tobler explicou que, de maneira geral, o enfraquecimento da demanda interna no país no último trimestre de 2023 impactou a maioria dos setores componentes do ICE, levando à redução do indicador geral.
No período de novembro para dezembro de 2023, houve diminuição nos indicadores de confiança nos setores de construção (-0,2 ponto) e serviços (-2,4 pontos), enquanto o setor de comércio manteve-se praticamente estável (0,2 ponto). A única expansão expressiva ocorreu na indústria (2,6 pontos).
“Serviços perderam cinco pontos no indicador de confiança entre setembro e dezembro do ano passado”, destacou Tobler, ressaltando que esse setor representa quase 70% do PIB. Ele observou que, ao longo do ano passado, comércio e serviços mostraram mais resistência, mas perderam força no final de 2023. O economista acrescentou que a queda no ICE não foi mais acentuada devido à reação positiva na indústria, influenciada pela diminuição de estoques no final de 2023.
Para Tobler, alguns fatores macroeconômicos, como os juros de mercado ainda elevados, atuaram como “freio” ao fortalecimento da demanda interna em dezembro de 2023. Ele observou que, apesar do início do corte na taxa básica de juros (Selic) no segundo semestre de 2023, os juros de mercado permanecem altos, e o impacto na economia real ocorre com certa defasagem.
No entanto, o economista acredita que em 2024, o efeito da Selic mais baixa pode se tornar mais evidente na economia real, favorecendo as compras, especialmente a crédito. Ele mencionou que os indicadores de endividamento podem continuar a melhorar este ano, liberando mais espaço no orçamento das famílias para novas compras.
“O mercado de trabalho está dando sinais de melhora”, acrescentou Tobler, indicando que uma maior renda derivada do trabalho pode impulsionar o poder aquisitivo do brasileiro. Assim, na análise do economista, esses fatores combinados podem levar a uma demanda mais aquecida no início de 2024, contribuindo para melhorar a confiança dos empresários.
O primeiro Boletim Focus do ano, divulgado nessa terça-feira (2), porém, aponta para um PIB que deve ser somente metade em relação a 2023 (que ainda precisa ser fechado). Economistas do mercado financeiro preveem que o Brasil feche o ano de 2024 com crescimento econômico de 1,52%. Já o dólar deve fechar a R$ 5, enquanto a inflação é esperada na casa de 3,9%. E veja também: BNDES financia com R$ 6 bilhões exportação de 39 aeronaves da Embraer. Clique AQUI para ver.
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