O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, manifestou-se nesta segunda-feira (16) sobre as dificuldades enfrentadas pela segurança pública no estado, destacando a “tempestade perfeita” que favorece a criminalidade.
Em declaração durante evento no Palácio Guanabara, Castro comentou o caso do ex-secretário de Turismo de Bariloche, o argentino Gaston Fernando Burlon, que foi baleado na cabeça ao entrar em um dos acessos do Morro do Escondidinho, na região de Santa Teresa.
A Polícia Civil identificou quatro suspeitos envolvidos no ataque, ocorrido na última quinta-feira, no Rio Comprido, área central da cidade.
O juiz de plantão, no entanto, rejeitou os pedidos de prisão dos suspeitos, acompanhando a decisão do Ministério Público, que argumentou não ser uma ‘situação de urgência’ para a decretação das prisões. A negativa gerou críticas de Castro, que afirmou que a situação no Brasil favorece a atuação dos criminosos.
“Nesse caso, então, se tornou claro, quando o juiz vai e solta o criminoso. Está impossível fazer segurança pública no Rio de Janeiro com a tempestade perfeita que a gente está fazendo. De entrada livre de armas e drogas, com ADPF, sem poder trabalhar, a polícia ter liberdade para trabalhar, e o prende e solta”, disse o governador. Ele destacou que, apesar dos esforços das autoridades locais, a condição jurídica atual oferece muitas vantagens ao crime.
“O estado faz o seu trabalho, as polícias fazem o seu trabalho, mas a condição do Brasil é favorável ao criminoso hoje.”
Castro ainda alertou que, enquanto não houver mudanças significativas nas leis relacionadas à entrada de armas e drogas, além das questões de prisões, o país continuará enfrentando a crescente violência.
“A gente está partindo para o Brasil do crime. Se as autoridades, sobretudo federais, não entenderem que em vez de PEC para colocar mais polícia federal aqui, a gente precisa de mudanças profundas na relação de entrada de armas e drogas, na relação com a questão da ADPF e do prende e solta, vocês vão continuar noticiando isso todo dia.”
A Polícia Civil identificou os suspeitos como Cláudio Augusto dos Santos, Tiago de Oliveira, Raphael Corrêa Pontes e Sandro da Silva Vicente. Sandro, responsável pelos disparos, já possui mais de 20 registros criminais, incluindo 13 enquanto menor.
Ele foi preso recentemente, mas absolvido no início deste ano. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, Burlon segue internado em estado gravíssimo. E mais: TST amplia Justiça gratuita e derruba restrições da reforma trabalhista. Clique AQUI para ver. Clique AQUI para apoiar nosso trabalho independente! (Foto: EBC; Fonte: CBN)