Casa do Pão de Queijo pede recuperação judicial, com dívida de R$ 57 milhões

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A Casa do Pão de Queijo entrou com pedido de recuperação judicial na última sexta-feira (28), acumulando uma dívida de R$ 57.496.189,82. Esse montante inclui contas de luz não pagas da fábrica, que corre o risco de ter a produção interrompida caso a energia seja cortada.

Segundo comunicado da assessoria de imprensa, a empresa foi severamente impactada pela pandemia de Covid-19, pela ‘alta dos juros’ e pelas ‘condições climáticas adversas’. A pandemia forçou a suspensão das atividades por razões sanitárias, resultando na perda de produtos e na falta de contrapartida suficiente para cobrir aluguéis, salários e contratos com fornecedores.

A empresa também mencionou o cenário macroeconômico desfavorável, com juros altos que afetaram não apenas a companhia, mas vários setores da economia, especialmente o varejo. Além disso, o clima adverso contribuiu para uma “perda de receitas relevantes”, agravando a situação financeira da empresa, explica o comunicado.

O pedido de recuperação judicial busca, segundo a Casa do Pão de Queijo, uma “solução ampla e negociada” para a crise financeira, permitindo à direção da empresa honrar seus compromissos. A empresa afirmou que as operações na fábrica, nas lojas próprias e nas franquias continuarão normalmente e que planeja abrir novos pontos de venda. Também estão previstos lançamentos de novos produtos no final do ano.

Para piorar, o valor de mais de R$ 57 milhões incluído na recuperação judicial não representa a totalidade das dívidas da empresa. Além disso, há um passivo tributário de mais de R$ 28 milhões devido a municípios, estados e à União, que não está incluído na recuperação judicial, e outros R$ 53 milhões em passivos que também não entram na ação. Somando todas as dívidas, o valor total chega a mais de R$ 139 milhões.

Do montante de R$ 57 milhões incluído na recuperação judicial, R$ 244.318,51 são dívidas trabalhistas, R$ 1,3 milhão é devido a microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP), e a maior parte, R$ 55.890.806,88, corresponde aos credores quirográficos, que não têm direitos preferenciais de pagamento em uma eventual recuperação judicial.

Entre as dívidas que mais preocupam a empresa estão as de fornecimento de energia elétrica contratadas junto à CPFL Energia e EDP Smart, totalizando R$ 192.738,27, com uma delas, de R$ 60.446,18, em aberto desde 23 de maio.

A empresa foi fundada em 1967 pelo engenheiro Mário Carneiro, para vender pães de queijo preparados conforme a receita de sua mãe, Arthêmia, mineira de Monte Alegre (que até hoje tem seu rosto retratado no logotipo). A primeira loja foi inaugurada no Largo do Arouche, no Centro de São Paulo. A receita fez sucesso e em 13 anos a empresa abriu 13 lojas.

Na década de 1980, Alberto Carneiro Neto, filho do fundador da rede, iniciou o processo de franqueamento. Em 2016, a rede contava com mais de 400 franquias e 14 lojas próprias. Clique AQUI para ver mais sobre a rede, no site oficial. E relembre abaixo uma propaganda da rede, em 2007. (Foto: divulgação; Foto: Estadão)

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