Novo Papa: cardeais recebem material em defesa do conservadorismo católico antes do conclave

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Às vésperas do conclave que elegerá o próximo papa, um relatório impresso e também disponibilizado online tem circulado entre os cardeais eleitores, trazendo um conteúdo que, segundo a CNN, busca influenciar diretamente a escolha do novo pontífice e romper com a linha progressista do papa Francisco.

Conforme apurou a CNN EUA, o livro, intitulado “Relatório do Colégio dos Cardeais”, oferece perfis detalhados de aproximadamente 40 possíveis candidatos ao papado, com análises sobre suas posições em temas considerados polêmicos.

Segundo a reportagem, a mensagem implícita do material é clara: “escolher um papa que levará a Igreja em uma direção diferente da do papa Francisco – cujas reformas progressistas irritaram alguns conservadores”.

A publicação é assinada pelos jornalistas católicos Edward Pentin, do Reino Unido, e Diane Montagna, dos Estados Unidos, ambos associados a veículos de comunicação de linha tradicionalista e conservadora.

Ainda conforme a CNN, Montagna tem sido vista entregando exemplares impressos do livro aos cardeais durante as reuniões preparatórias ao conclave, segundo informações da Reuters.

Os autores afirmam que o conteúdo foi desenvolvido para “ajudar os cardeais a se conhecerem melhor” e que ele foi elaborado por uma “equipe internacional e independente de jornalistas e pesquisadores católicos”.

Ainda de acordo com a CNN, muitos cardeais não têm familiaridade entre si e têm usado crachás durante os encontros, o que reforça a influência potencial de um material como esse no processo eleitoral.

Um trecho citado pela reportagem aponta que “o que eles levarem depende deles”, segundo um porta-voz do Vaticano, ao ser questionado se os cardeais poderiam entrar na Capela Sistina com o relatório.

O documento, por exemplo, chama o cardeal Mario Grech, responsável por liderar um processo de reforma dentro da Igreja, de “polêmico”, ao passo que exalta o cardeal norte-americano Raymond Burke, conhecido por suas críticas ao papa Francisco.

A produção do relatório teve apoio da Sophia Institute Press – editora tradicionalista dos Estados Unidos que já publicou obras abertamente críticas a Francisco – e da revista francesa Cardinalis, que frequentemente publica textos em defesa de cardeais conservadores.

De acordo com a CNN, a Sophia também foi responsável pela publicação do livro “Infiltration”, em 2019, que sustenta a teoria de que modernistas e marxistas teriam, no século XIX, traçado um plano para corromper a Igreja Católica por dentro.

A reportagem também destaca a atuação do Napa Institute, um grupo católico conservador com forte financiamento nos Estados Unidos. Tim Busch, um dos fundadores da organização, embora negue ser “anti-Francisco”, declarou que o arcebispo Carlo Maria Viganò – excomungado no ano passado por cisma – “nos prestou um grande serviço” ao divulgar um dossiê em 2018 pedindo a renúncia do então papa.

Apesar das críticas, os organizadores do relatório tentam reforçar sua neutralidade, afirmando: “Nossa abordagem é baseada em fatos e nos esforçamos para ser imparciais, oferecendo uma imagem o mais precisa possível do tipo de homem que um dia poderá substituir o Pescador”. E mais: Quem era o jovem que morreu em acidente no metrô de São Paulo. Clique AQUI para ver. (Foto: Vatican News; Fonte: CNN)

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