A Justiça de Santa Catarina deu prosseguimento a um processo indenizatório envolvendo a viúva e uma das filhas do falecido professor Olavo de Carvalho, que veio a óbito em janeiro de 2022.
Roxane e Leilah Maria foram notificadas como representantes dos bens deixados por Olavo, como parte de uma ação movida por Caetano Veloso.
Desde a morte do professor, o Tribunal de Justiça tentava notificar as herdeiras em relação a uma dívida no valor de R$ 2,9 milhões.
Agora, com Roxane e Leilah assumindo a representação dos bens de Olavo de Carvalho, o processo continua com base no respectivo espólio, conforme esclareceu o TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) ao portal UOL.
O embate legal entre Caetano Veloso e Olavo de Carvalho teve origem em declarações feitas pelo filósofo, que associou a palavra ‘pedófilo’ ao cantor, devido à revelação do músico sobre uma relação sexual com a produtora Paula Lavigne, na época com 13 anos de idade.
Caetano e Paula foram casados por 19 anos até romperem em 2004 e posteriormente reatarem em 2016.
O artista contou sobre o ato sexual em uma entrevista na década de 90, o que foi citado por Olavo em suas redes sociais.
O fil[osofo chegou a efetuar um pagamento de R$ 65.966,78 a Caetano em agosto de 2020, mas manteve as publicações questionadas pelo músico, o que resultou na ordem judicial para pagar a multa diária de R$ 10 mil, totalizando R$ 2,9 milhões.
A 12ª Câmara Cível do TJ-RJ recusou um recurso de Olavo de Carvalho em maio de 2021, mantendo a condenação que estipula o pagamento da multa milionária.
Os conflitos judiciários entre Caetano Veloso e Olavo de Carvalho remontam a acontecimentos anteriores a essa disputa
Em 2019, o escritor registrou uma queixa-crime contra Caetano após um artigo escrito pelo cantor ser publicado na Folha de S. Paulo.
Por esse texto, Caetano foi acusado de calúnia, difamação e injúria, com o advogado de Olavo de Carvalho qualificando o artista como “canalha” e questionando os relatos do cantor sobre seu exílio durante o período o governo militar.
Na publicação, Olavo havia escrito que ocorreria, com a vitória de Bolsonaro, a queda de “milhares de carreiras e biografias de políticos, intelectuais e artistas de esquerda” e que seria a “total destruição enquanto grupos, enquanto organizações e até enquanto indivíduos” dos representantes do atual esquema de poder.
Para Caetano Veloso, no ‘artigo-resposta’, a postagem se tratava de um “autoritarismo matador” e Olavo seria “sub-Heidegger do nosso sub-Hitler”. “Considero o texto de Olavo incitação à violência. Vamos fingir que o candidato dele já venceu a eleição e, por isso, pode mandar matar quem não votou nele?”, perguntava no texto. Contudo, não há informações sobre o resultado desta ‘queixa-crime’ movida por Olavo contra Caetano.
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