Paris 2024: Brasil estreia quadra de medalhas com judô e skate

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Após terminar o primeiro dia sem medalhas, fato inédito desde Pequim, em 2008, o Brasil inaugurou o quadro de medalhas nas Olimpíadas de Paris. Foram três conquistas neste domingo, sendo duas medalhas de bronze e uma de prata.

Skate feminino
Rayssa Leal é medalha de bronze no skate street feminino. Com muita emoção e um recorde olímpico, a brasileira conquistou o terceiro lugar na última manobra dos Jogos Olímpicos Paris 2024. Pâmela Rosa e Gabi Mazetto saíram ainda na segunda bateria.

Rayssa teve um início instável, mas se recuperou de maneira espetacular. Ela começou errando as duas primeiras voltas na bateria e precisava de notas altas nas manobras. O talento falou mais alto. A Fadinha conseguiu a maior nota da história do skate street olímpico até aquele momento com 92.68 e avançou em sétimo lugar.

Na final, a brasileira terminou a fase de voltas em quinto lugar, com 71.66. No momento das manobras, a superação falou mais alto. Ela bateu o próprio recorde na segunda tentativa e fez 92.88. Rayssa errou a primeira, a terceira e a quarta tentativas. Na última, conseguiu um 88.83 para garantir o bronze em Paris.

O pódio foi completado com uma dobradinha japonesa: ouro para Coco Yoshizawa, que bateu o recorde de Rayssa, tirando 96,49, a maior nota da prova, e Liz Akama, com a medalha de prata.

 

Judô feminino
Larissa Pimenta olhava para o lado e via a lendária Sarah Menezes a lhe passar instruções. Hoje treinadora, a piauiense, campeã olímpica nos Jogos Londres 2012, tentava guiar a judoca luta a luta rumo à glória que já conhecia tão bem. Deu certo.

Depois de cinco lutas, Larissa, paulista de 25 anos comemorou uma medalha de bronze gigante para o judô feminino do Brasil.

Ela estreou com vitória sobre a cabo-verdiana Djamila Silva, em seguida venceu na raça uma das favoritas, a britânica Chelsie Giles, e parou na francesa Amandine Buchard – atual vice-campeã olímpica.

Na repescagem, bateu a alemã Mascha Ballhaus, com quem sempre teve muita dificuldade no retrospecto direto, no golden score. Já na disputa da medalha, derrotou a campeã mundial Odette Giuffrida, também no golden score, por acúmulo de punições.

 

Judô masculino
Uma espera de quase um quarto de século se encerrou neste domingo, 28 de julho, com uma história linda construída à custa de muito suor por Willian Lima nos Jogos Olímpicos Paris 2024. O paulista, de 24 anos, tornou-se o primeiro judoca brasileiro masculino a atingir uma final olímpica desde Sydney 2000 e assegurou o primeiro pódio nacional na capital francesa.

Willian tinha pouco mais de oito meses de vida quando Tiago Camilo e Carlos Honorato, chegaram à disputa do ouro naqueles Jogos na Austrália – ambos acabaram com a medalha de prata.

Diante da mulher, Maju, e do filho, Dom, Willian caminhou luta a luta até alcançar a decisão do peso meio-leve (até 66kg) na Arena Champs de Mars, categoria repleta de história no judô nacional. Entre outros, Rogério Sampaio (ouro olímpico nos Jogos Barcelona 1992), Daniel Cargnin (bronze nos Jogos Tóquio 2020) e João Derly (bicampeão mundial em 2005 e 2007) são algumas das personalidades que brilharam neste peso.

Na primeira rodada, o paulista venceu o Sardor Nurillaev com um waza-ari a seis segundos do fim. Na rodada seguinte, passou por Serdar Rahimov, do Turcomenistão, após três shidos (punições) dadas ao rival.

Na fase de quartas de final, em outra luta duríssima, aplicou um ippon no mongol Baskhuu Yondonperenlei. Na semifinal, outra luta parelha com o cazaque Gusman Kyrgyzbayev, vencida com um ippon.

Na finalíssima, perdeu para Hifumi Abe, que defendia o título olímpico conquistado na mesma categoria nos Jogos Tóquio 2020.

Antes da façanha em Paris, as principais conquistas de Willian haviam ocorrido em nível de Grand Slam. Ele obteve bronze nos Grand Slams de Tblisi e Tashkent, em 2024 e prata no Grand Slam de Antalya, em 2022. Além disso, também amealhou ouro no Campeonato Pan-Americano e da Oceania, disputado em abril, no Rio, e o bronze nos Jogos Pan-americanos Santiago 2023. (Foto: COB; Fontes: COB; EBC)

 

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