Para aqueles que insistem em dizer que o governo federal “abandonou” a agenda liberal, alguns dados: o Brasil conseguiu arrecadar R$ 304,2 bilhões com privatizações e desinvestimentos de estatais até agora por meio do governo Bolsonaro.
No primeiro ano de gestão, ainda livre de pandemia, o país faturou R$ 110 bilhões com a venda de subsidiárias de estatais e de ações detidas pela União e suas empresas. Mais R$ 59,7 bilhões em 2020. Depois, outros R$ 57,8 bilhões em 2022. E mais R$ 76,6 bilhões em 2022. Neste ano, fez a diferença a privatização da Eletrobras.
Outro ponto importante do programa de desestatização do governo Bolsonaro é que as empresas compradoras firmaram contrato para investimento nas antigas estatais. O governo, inclusive, estima mais de 1 trilhão de investimento já contratado.
A estratégia usada pelo time de Paulo Guedes para fugir das dificuldades impostas pelo Congresso e do Judiciário para diminuir a influência do Estado na economia foi se desfazer de ações detidas pela Petrobras, Banco do Brasil, BNDESPar e CaixaPar. Um processo mais fácil do que o da Eletrobras.
Assim, só a venda da TAG (Transportadora Associada de Gás), uma subsidiária da Petrobras, representou mais que o dobro do que o governo espera arrecadar com a desestatização dos Correios (que está travada no Senado após passar na Câmara com o realinhamento político obtido pelo presidente Bolsonaro). Com a estatal de entregas, porém, dificulta sua venda o interesse político no Senado e a propaganda contra a venda de boa da empresa parte da imprensa.
O dinheiro arrecadado tem servido aos brasileiros por meio de duas frentes: primeiramente, o recurso com essas privatizações é utilizado para reduzir a dívida pública, atualmente em R$ 5,7 trilhões, o que permite, a médio e longo prazo, reduzir a taxa de juros, melhorando o cenário para investimentos.
Por fim, no atual momento de desarranjo econômico por conta dos reflexos da pandemia e da guerra, parte do dinheiro arrecadado com a venda de Eletrobras, aproximadamente R$ 26 bilhões dos R$ 67 levantados com a venda, serão usados para socorrer as camadas da sociedade mais vulneráveis economicamente à inflação, como os inscritos no Auxílio Brasil e caminhoneiros.
TOP 10 – Veja abaixo as maiores vendas do governo Bolsonaro
Eletrobrás – R$ 67 bilhões – Vendida pela União
Associada de gás – R$ 35 bilhões – Vendida pela Petrobras
Ações da Petrobras – R$ 31,5 bilhões – BNDESPar e CaixaPar
Ações da Vale – R$ 24 bilhões – BNDESPar
BR Distribuidora – R$ 21 bilhões – Petrobras
Debêntures da Vale – R$ 11,5 bilhões – BNDESPar
Campo de Tartaruga Verde – R$ 11,3 bilhões – Petrobras
Ações do IRB – R$ 9,9 bilhões – BB, BNDESPar e Caixapar
Refinaria Landulpho Alves – R$ 8,8 bilhões – Petrobras
Ações da Fibria – R$ 8,1 bilhões – BNDESPar
