A diretora de ‘Conteúdo e Programação’ da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), do governo federal, Antonia Pellegrino, defendeu na quarta-feira (30) a criação de um ‘streaming público’ para distribuição da produção independente nacional. Segundo ela, o assunto tem sido avaliado e tratado junto a outras instituições.
Streaming são serviços digitais por demanda/assinatura, como Netflix, Prime Vídeo, HBO Max, Spotify (esse de música), Brasil Paralelo, entre outros.
Pellegrino participou do ‘Seminário do Audiovisual Brasileiro’, organizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Segundo o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, a iniciava registra a retomada da atuação do banco no audiovisual brasileiro. A ministra da Cultura, Margareth Menezes, também esteve no evento.
“É um debate que a gente começou a fazer com a Ancine [Agência Nacional do Cinema] e com a SAV [Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura]. Conversamos também com a SPCine [Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo]. E acho que seria muito interessante trazer o BNDES para a mesa. Precisamos pensar um streaming público, parrudo, capaz de dar conta de todo o repertório que a EBC irá receber de um conjunto de obras”, disse Pellegrino.
A EBC administra um conjunto variado de veículos de comunicação pública. Sua atuação no audiovisual se dá pela ‘TV Brasil’. De acordo com Pellegrino, a produção independente brasileira foi colocada no centro da estratégia da emissora pela atual diretoria da EBC.
Ela anunciou que há produções viabilizadas por meio do ‘Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Audiovisual Brasileiro’ (Prodav) que entrarão na nova programação da TV Brasil a partir de setembro. Também mencionou os incentivos da Lei Paulo Gustavo.
Antonia Pellegrino sugeriu ainda uma discussão sobre a regulamentação do Artigo 27 da Medida Provisória 2228-1/2021, que estabelece que obras cinematográficas produzidas com recursos públicos, após dez anos da primeira exibição comercial, podem ser exibidas em canais educativos públicos e em estabelecimentos públicos de ensino.
Segundo a diretora, apesar da limitação orçamentária para este ano, a TV Brasil chegou a ter 78% de conteúdo brasileiro em exibição.
“É a quinta maior audiência do Brasil em TV aberta. Isso é muito importante. E vamos trabalhar com foco para ampliar a audiência”, afirmou, sem citar, porém, que os bons números de audiência no ano passado se devem em especial às novelas bíblicas adquiridas da TV Record, como ‘Os Dez Mandamentos’.
Pellegrino avaliou que, por meio dos editais do Prodav, a TV Brasil pode atuar como indutora da produção independente. Ela destacou também a recriação da ‘TV Brasil Internacional’, que levará ao ar conteúdos para projetar a ‘imagem’ do Brasil no exterior.
Em janeiro deste ano, uma reportagem do portal ‘Na Telinha’ afirmou que a plataforma do governo incluiria “filmes, séries, minisséries e documentários que recebem recurso público”.
Após um filme deixar os cinemas, ele poderia migrar para o streaming nacional, mas sem impedir uma tentativa de venda para um concorrente.
A EBC defende que isso é ‘preservar’ o conteúdo nacional, bem como ampliar a imagem do país no exterior.
Em entrevista ao jornal ‘O Tempo’, o secretário-executivo do Ministério da Cultura, Márcio Tavares, disse que o streaming público não quer competir com os serviços privados, mas sim, disponibilizar à população um conteúdo “que é um direito de todos nós”.
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