O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) apresentou, nessa quarta-feira (26), uma representação à Procuradoria-Geral da República (PGR) pedindo a abertura de um inquérito contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O motivo seria um suposto crime contra “a soberania do Brasil”.
Além disso, Boulos acionou o Tribunal de Contas da União (TCU) para que examine os gastos do parlamentar em suas recentes atividades nos Estados Unidos.
A iniciativa tem como base a suspeita de que Eduardo estaria articulando com autoridades americanas para pressionar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, acusado por ele de impor censura no Brasil, visando aliviar as investigações que pesam contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na denúncia encaminhada à PGR, Boulos solicita que Eduardo seja investigado com fundamento no artigo 359-I do Código Penal, que estabelece pena de detenção de três anos e oito meses para quem “negociar com governo ou grupo estrangeiro, ou seus agentes, com o fim de provocar atos típicos de guerra contra o País ou invadi-lo”.
Ele argumenta que as viagens e os encontros nos EUA, onde Eduardo teria buscado apoio para sanções contra Moraes, configuram uma afronta à independência nacional. Já no pedido ao TCU, o parlamentar do PSOL reforça a mesma acusação e questiona a legalidade do uso de recursos públicos nessas ações.
“Requer-se que este Tribunal de Contas da União apure todas circunstâncias envolvendo o financiamento público, ainda que na forma de futuro e eventual reembolso que possa ser realizado, para custear os atos ilegais praticados pelo Deputado Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos da América contra a soberania nacional”, detalhou no documento.
A motivação de Boulos parte da interpretação de que Eduardo estaria tentando influenciar autoridades estrangeiras para interferir em assuntos internos brasileiros.
Segundo o psolista, o deputado do PL foi aos EUA com o objetivo de convencer figuras políticas locais de que Moraes estaria fragilizando a oposição brasileira por meio de medidas judiciais, como o bloqueio de plataformas digitais e ordens de censura.
A estratégia, conforme a denúncia, seria garantir punições ao ministro do STF e, ao mesmo tempo, criar um cenário favorável ao ex-presidente Bolsonaro, que enfrenta processos no Brasil.
Em sua fala, Boulos criticou duramente o comportamento do adversário político e de sua família. “A hipocrisia da família Bolsonaro é incrível: se dizem patriotas, mas vivem abanando o r* para os Estados Unidos. Isso é inaceitável. Nós vamos para cima para mostrar à população que o verdadeiro patriota defende a soberania nacional e coloca os interesses do Brasil à frente dos de qualquer outro país”, declarou.
A declaração reflete a visão do deputado de que as ações de Eduardo representam uma submissão aos interesses americanos em detrimento da autonomia brasileira.
A ofensiva de Boulos coloca em xeque não apenas as intenções de Eduardo Bolsonaro, mas também a origem dos recursos usados em suas viagens.
Ele pediu ao TCU que investigue se “Eduardo Bolsonaro está cometendo atos ilícitos com uso de verbas públicas da União”, levantando a possibilidade de que o dinheiro do contribuinte esteja financiando o que classifica como uma campanha contra a soberania nacional. A solicitação ao tribunal inclui a análise de eventuais reembolsos futuros que possam encobrir o uso indevido de fundos públicos.
O embate entre os dois deputados reflete a polarização política no Brasil e reacende o debate sobre os limites da atuação de parlamentares em questões internacionais.
Caso a PGR acate o pedido de Boulos, Eduardo Bolsonaro poderá enfrentar um inquérito formal, enquanto o TCU terá a tarefa de esclarecer os aspectos financeiros da controvérsia. E mais: Atriz de “Buffy: A Caça-Vampiros” e “Gossip Girl” morre aos 39 anos. Clique AQUI para ver. (Foto: Ag. Câmara; Fonte: Exame)