Jair Bolsonaro decidiu adotar uma nova diretriz política em sua estratégia para as eleições de 2026: nenhum nome com pendência no Supremo Tribunal Federal (STF) ou no Superior Tribunal de Justiça (STJ) será apoiado para disputar uma vaga no Senado. A informação foi revelada pela colunista Bela Megale, do jornal O Globo, em reportagem exclusiva publicada nesta terça-feira (23).
Conforme a coluna, “com a meta de conseguir eleger a maioria do Senado com nomes do PL ou de partidos aliados, Jair Bolsonaro estabeleceu uma restrição àqueles que buscam disputar uma vaga na Casa.”
A diretriz é clara: qualquer político que esteja respondendo a processos nas cortes superiores está automaticamente fora da disputa com o apoio do ex-presidente.
A intenção de Bolsonaro, segundo a reportagem, é montar uma base forte no Senado que sirva como “uma espécie de ‘frente contra o Judiciário’”. Para isso, o ex-presidente entende que os nomes lançados precisam estar blindados de qualquer pressão judicial.
Como mostra a coluna, “os candidatos apoiados por ele não podem ter nenhuma pendência junto às cortes superiores”, justamente para não se tornarem alvos vulneráveis a decisões judiciais.
Essa linha de corte já está provocando efeitos concretos. Um exemplo citado na coluna é o caso do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), que vinha sendo cotado para disputar o Senado ao lado de Flávio Bolsonaro, mas perdeu força após análise do ex-presidente.
Segundo a colunista, “esse é mais um dos fatores que pesam para que Bolsonaro não veja o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, como primeira opção para concorrer ao Senado pelo estado, com Flávio Bolsonaro.”
A preferência do ex-presidente, de acordo com a publicação, recai agora sobre o senador Carlos Portinho (PL-RJ), a quem Bolsonaro já teria indicado como o nome para a disputa.
Embora os processos enfrentados por Castro tenham sido arquivados, a situação ainda não está encerrada. Conforme a coluna de Bela Megale, “a Procuradoria-Geral da República (PGR) recorreu de uma decisão do ministro André Mendonça, do STF, que trancou os inquéritos que tramitavam no STJ e investigavam o governador por um suposto esquema de corrupção envolvendo contratos de assistência social no Rio.” O recurso está pendente de julgamento.
A decisão de Bolsonaro reforça sua estratégia de influenciar a composição do Congresso Nacional e, especialmente, do Senado, com aliados que possam sustentar pautas como o eventual impeachment de ministros do Supremo, entre eles Alexandre de Moraes. Ainda segundo a colunista, o ex-presidente está empenhado em montar uma bancada que atue de forma mais incisiva em confrontos institucionais.
A exclusão de nomes com histórico judicial, mesmo entre aliados próximos, mostra que Bolsonaro pretende seguir com rigor nessa nova etapa da articulação política rumo a 2026. E mais: Janja chora ao falar do Papa e diz que pontífice ajudou Lula a superar desilusão na prisão. Clique AQUI para ver. (Foto: Ag. Senado; Fonte: O Globo)