A Bolsa de Valores da Argentina, representada pelo índice S&P Merval, tem se destacado de forma impressionante em 2024, liderando o ranking global de rentabilidade em dólares, conforme reportagem da CNN Brasil.
Até outubro, o S&P Merval acumulou uma alta de 63,42%, muito à frente de outras bolsas, como a chinesa FTSE China 50, que apresentou uma valorização de 27,56% no mesmo período. Esse desempenho argentino se mantém firme apesar de condições econômicas ainda adversas, como inflação elevada e a depreciação da moeda local.
A valorização do Merval ocorre em um cenário no qual o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, experimenta o movimento oposto, com uma queda acumulada de 19% em dólares no ano.
De acordo com um estudo da Elos Ayta Consultoria, o Ibovespa ocupa a penúltima colocação em um ranking de 20 principais mercados globais, ficando à frente apenas do índice mexicano IPyC, que recuou 25,46% no mesmo período. Esse panorama reflete as preocupações locais com a estabilidade econômica e a política fiscal do Brasil, fatores que têm mantido os investidores em estado de alerta.
Em outubro, o S&P Merval foi o único índice a registrar um aumento em dólares, com alta de 6,74%, enquanto o Ibovespa liderou as quedas, recuando 7,21%. Outros índices, como o AEX da Holanda e o CAC 40 da França, também registraram perdas de 6,04% e 5,97%, respectivamente, em meio a tensões internacionais. Esses desafios incluem as incertezas econômicas globais, as eleições nos Estados Unidos e os recentes conflitos no Oriente Médio, que têm afetado o apetite dos investidores por ativos de risco.
A nível global, a bolsa dos EUA apresenta ganhos, ainda que mais modestos, sustentados em grande parte pela valorização das ações de tecnologia. A Nasdaq, que inclui gigantes como Alphabet e Microsoft, acumula um aumento de 20,54% em 2024, impulsionada pelo desempenho positivo de empresas de tecnologia.
No entanto, dados econômicos abaixo das expectativas nos Estados Unidos e a aproximação das eleições presidenciais adicionam um grau de incerteza ao mercado, que se reflete em uma maior volatilidade.
Enquanto isso, no Brasil, os investidores aguardam definições sobre possíveis cortes de gastos públicos e outras medidas econômicas prometidas pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Em Brasília, a equipe econômica liderada pelos ministros Fernando Haddad e Simone Tebet trabalha para ajustar um pacote de medidas fiscais, que deve ser anunciado em novembro. As oscilações no Ibovespa também têm sido alimentadas pelas expectativas sobre essa revisão de gastos, além de reformas em pauta, como a tributária, cuja aprovação ainda é incerta.
Esses movimentos refletem o momento distinto das bolsas ao redor do mundo, com o mercado argentino desafiando previsões e acumulando ganhos significativos, enquanto os demais, especialmente o brasileiro, enfrentam um cenário de cautela e incerteza. E mais: Saiba por que nos EUA se vota sempre às terças-feiras?. Clique AQUI para saber. (Foto: reprodução redes sociais; Fontes: CNN; Misto Brasil; Info Money)