O governo Lula realizou um megabloqueio do Bolsa Família entre março e abril, atingindo mais de 1,2 milhão de famílias. O número exato não é conhecido porque o governo se recusa a informar. Falhas na operação estão gerando confusão nos municípios: sistema fora do ar, falta de orientação do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) e benefícios bloqueados mesmo sem irregularidades. É o que indica reportagem do portal UOL, da Folha de São Paulo, divulgada nessa terça-feira (18).
Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, o corte seria de contas de beneficiários que não mais se encaixavam nas condições do programa assistencialista de Lula. Entretanto, segundo relatos da reportagem e nas redes sociais, muitos daqueles que ficaram sem o pagamento teriam sido cortados injustamente.
Além disso, também não há informação de comunicado com antecedência aos antigos beneficiários, que ficaram sem o valor mensal no intervalo de um mês par ao outro e só teriam descoberto a exclusão do nome da lista de pagamento na boca do caixa.
Em abril, o MDS bloqueou 1,2 milhão de benefícios do Bolsa Família de pessoas que dizem viver sozinhas. Isso equivale a um de cada vinte beneficiários. Em março, também houve um grande bloqueio para averiguação de frequência escolar. “Questionado pelo UOL desde 4 de abril, o ministério tem se recusado a informar o número de famílias afetadas.”.
Uma fonte ouvida pelo UOL que teve o pagamento suspenso porque falta escolar dos filhos negou a acusação. “Bloquearam o Bolsa Família por falta. Mas os meus filhos nunca faltam. Fomos até as escolas para saber o que aconteceu. A frequência deles é de quase 100%. E bloquearam mesmo assim. Estou com os documentos das escolas aqui”.
Ainda de acordo com a reportagem, os problemas são tantos que equipes responsáveis pelo Bolsa Família nos municípios postaram críticas públicas nas redes sociais do MDS. A pasta chegou a apagar um dos posts que tinha muitos comentários negativos.
Cortes continuarão
O ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Wellington Dias, afirmou nesta terça-feira (18) que os bloqueios de contas do Programa Bolsa Família seguirão até dezembro deste ano, prazo em que o governo espera ter sanado todas as irregularidades.
“Infelizmente a quantidade [de fraudes] foi muito maior do que a gente pode alcançar até agora. Se a gente olhar de maio de 2022 até o começo de outubro, vamos encontrar cerca de 5,5 milhões de [cadastros] unipessoais. Então alguma coisa estranha ali estava acontecendo“, disse Dias no evento “Educação Já”, realizado pela ONG Todos pela Educação. Para receber o Bolsa Família, a principal regra é que a família tenha renda mensal de até R$ 218 por pessoa.
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