De acordo com a Associação Brasileira das Empresas Cinematográficas Operadoras de Multiplex (Abraplex) e a Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas (Fenec), as produções nacionais correspondem a apenas 5% dos ingressos vendidos no segundo trimestre deste ano.
Nos três primeiros meses do ano, os filmes nacionais até representaram 25% das bilheterias, impulsionados pelo sucesso de “Minha Irmã e Eu” (cartaz acima), que se tornou a primeira produção brasileira a ultrapassar a marca de 1 milhão de espectadores nos cinemas, superando o recorde anterior de “Minha Mãe É Uma Peça 3”. A produção é estrelada atrizes Ingrid Guimarães e Tatá Werneck.
Na quinta (20), estreou nos cinemas brasileiros o nacional ‘Bandida: a número um’. Dirigido por João Wainer, o longa é inspirado em Raquel de Oliveira, que chegou a comandar o tráfico na comunidade da Rocinha, na década de 80 (veja o trailer ao fim da reportagem). O personagem principal é estrelado pela ex-BBB Maria Bomani. Clique AQUI para ver o trailer. (classificação: 18 anos; violência)
Em 2022, apenas 4,2% dos espectadores de cinema optaram por filmes nacionais, um número significativamente menor em comparação com a média de 15% dos últimos 15 anos. As entidades responsáveis pela pesquisa apontam que essa redução acentuada é motivo de preocupação.
Na quinta-feira (20), entrou em vigor a ‘lei da cota de tela’, que voltou a ser aplicada em todo o país, três anos após o fim do período de vigência estipulado pelo texto original em 2001.
A lei foi sancionada por Lula (PT) em janeiro deste ano, mas ainda não havia sido publicada no Diário Oficial da União. Esta legislação exige a exibição proporcional de produções nacionais ao longo do ano, com a fiscalização da Ancine, a Agência Nacional do Cinema. A regra permanecerá em efeito até 31 de dezembro de 2033.
A proporção varia entre 7,5 e 16%, a depender do número de salas disponíveis. O percentual mínimo de sessões será ampliado sempre que houver a exibição de um mesmo título, de qualquer nacionalidade, em um mesmo complexo, acima da proporção estabelecida.
Um complexo de uma sala só, por exemplo, deve separar 7,5% de suas sessões para lançamentos brasileiros, enquanto redes que administram 201 salas ou mais tem que ocupar 16% de sua agenda com o nicho.
Sem a implementação da cota, quase todos os filmes brasileiros, mesmo os de maior apelo comercial, são relegados a horários de exibição antes das quatro da tarde, quando os cinemas têm menor movimento.
Por exemplo, “Os Aventureiros: A Origem”, estrelado pelo youtuber Luccas Neto e distribuído pela Warner em janeiro, foi exibido apenas em sessões antes das 16h.
Há uma expectativa de que lançamentos como “Divertida Mente 2”, que estreou nos cinemas na quinta-feira (20), revitalizem as salas de cinema. Nos Estados Unidos, a animação da Pixar arrecadou US$ 155 milhões somente no fim de semana de estreia. E mais: Pedido de voto a Boulos gera multa a Lula por propaganda eleitoral antecipada. Clique AQUI para ver. (Foto: divulgação; Fonte: Folha de SP; Veja)
Veja abaixo os filmes nacionais com mais bilheteria.
10. Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia (1977)
9. O Trapalhão nas Minas do Rei Salomão (1977)
8. Se Eu Fosse Você 2 (2009)
7. A Dama do Lotação (1978)
6. Minha Mãe É Uma Peça 2 (2016)
5. Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976)
4. Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro (2010)
3. Os Dez Mandamentos – O Filme (2016)
2. Nada a perder (2018)
1. Minha Mãe é Uma Peça 3 (2019)