O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, afirmou nessa terça-feira (30) que algumas decisões da corte ‘prejudicaram’ o combate à corrupção no Brasil. Ele mencionou três decisões desfavoráveis à Operação Lava Jato, nas quais foi vencido nas votações do plenário.
Barroso referiu-se ao fim da prisão em segunda instância, à necessidade de submissão do afastamento do então senador Aécio Neves (PSDB) ao Senado e à anulação de sentenças devido à ordem de fala dos delatores nos processos.
“O Supremo anulou o processo contra um dirigente de empresa estatal que havia desviado milhões porque as alegações finais foram apresentadas pelos réus colaboradores e não colaboradores na mesma data, sem que isso causasse qualquer prejuízo. Também acho que isso atrapalhou o combate à corrupção”, afirmou Barroso durante uma palestra na sede da ABL (Academia Brasileira de Letras), no Rio de Janeiro.
Durante o auge da Lava Jato, Barroso era um dos principais defensores das medidas da operação no Supremo. Ele chegou a se desentender publicamente com críticos da investigação, como Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, durante sessões da corte.
No evento de terça-feira, Barroso também disse: “Houve algumas decisões do Supremo em matéria de combate à corrupção que não corresponderam à expectativa da sociedade. No entanto, como mencionei, o fato de eu discordar não me leva a desrespeitar a posição daqueles que pensam de forma diferente”.
Sobre a prisão de réus condenados em segunda instância, barrada em 2019, Barroso afirmou que o Brasil atualmente contraria “o padrão mundial” e que os processos “muitas vezes se eternizam e prescrevem”. Assista abaixo!