A pesca ilegal praticada por barcos chineses está se tornando uma crescente preocupação para a região amazônica, com sérias consequências não apenas para o meio ambiente, mas também para os planos de desenvolvimento econômico promovidos pelo governo local.
A captura indiscriminada de diversas espécies ameaçadas de extinção coloca em risco o equilíbrio ecológico da região, ao passo que interfere diretamente na economia local.
A reportagem é do portal de notícias da Argentina Infobae, que visitou a região. O veículo é um dos mais lidos no país vizinho e possui cerca de 250 milhões de acessos mensais e publica notícias e reportagens sobre os países de língua espanhola.
O Infobae investigou a situação em um dos principais litorais brasileiros para extração de peixes, a ilha de Marajó, localizada no norte do estado do Pará, a segunda maior da Amazônia brasileira.
Embora seja cercada por rios de água doce na maior parte de seus limites, a ilha faz fronteira com o Oceano Atlântico a nordeste, o que atrai os navios chineses que buscam saquear a região para atender à crescente demanda.
Os navios chineses utilizam uma técnica de arrasto maciço com redes, permitindo-lhes capturar os melhores peixes, o que cria um desequilíbrio na oferta local.
Com isso, os pequenos barcos brasileiros são forçados a negociar ilegalmente com os chineses para obter algumas dessas espécies e suprir a demanda local, contribuindo para o agravamento da pesca ilegal.
Essas atividades ilícitas impactam diretamente os esforços do governo local e das autoridades do Pará em desenvolver uma bioeconomia sustentável.
A ideia é integrar as comunidades regionais para produzir alimentos consumidos na ilha e atender à demanda de todo o estado e da Amazônia.
Mas a presença dos navios chineses prejudica essa estratégia, tornando a atuação do governo nacional essencial para frear os impactos negativos, explica o Infobae.
O prefeito de Marajó, Carlos Augusto Gouvêa, destacou à reportagem que a Guiana Francesa possui uma estrutura mais eficiente para combater essa prática e evitar que os navios chineses se aproximem de suas costas.
Contudo, na região brasileira de Marajó, a pesca ilegal continua ocorrendo sem medidas adequadas de contenção.
Ainda de acordo com o prefeito, a questão é de responsabilidade da União, que tem consciência do problema: “É uma coisa que não é da prefeitura, é do governo federal, é uma coisa que o governo central deveria cuidar. Não discutimos isso diretamente com Lula, mas o governo sabe que isso está acontecendo”, acrescentou.
Outro ato criminoso praticado pelos barcos pesqueiros chineses é a retirada de água da Amazônia para ser vendida em outras regiões, especialmente no Oriente Médio.
Grandes cargueiros são preenchidos com água doce da Amazônia, o que se torna uma atividade mais econômica do que a dessalinização em outros lugares.
A falta de informações específicas e dados concretos sobre o impacto ambiental dessa pesca ilegal torna o enfrentamento da questão ainda mais desafiador para as autoridades municipais, regionais e nacionais.
A Cúpula de Belém, prevista para este mês, buscará definir propostas de proteção à Amazônia que serão apresentadas aos oito países que compartilham a selva, mas a questão da pesca ilegal ainda não parece estar no centro das discussões. Clique AQUI para ver a reportagem original.
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