A Justiça da Argentina dará início, em 19 de maio, ao primeiro julgamento relacionado ao escândalo de corrupção conhecido como “Lava Jato argentina”.
A investigação, que se arrasta desde 2016, trata de um suposto esquema de suborno pago pelas construtoras brasileiras Odebrecht e Camargo Corrêa para garantir a preferência em contratos públicos de obras de saneamento, conforme informou a jornalista Luciana Taddeo, correspondente da CNN.
O caso envolve 26 acusados — entre eles, 23 cidadãos argentinos, dois uruguaios e um brasileiro. O processo se refere à construção de duas estações de tratamento de água e esgoto da empresa estatal ‘Agua y Saneamientos Argentinos S.A.’ (Aysa), situadas na província de Buenos Aires.
Estão entre os réus antigos representantes da Odebrecht e da Camargo Corrêa na Argentina, incluindo o único brasileiro que será julgado. Também figuram na lista ex-integrantes do governo de Cristina Kirchner, como o ex-ministro do Planejamento Julio De Vido, cuja defesa sustenta que as acusações são frágeis e carecem de evidências sólidas.
Segundo o Ministério Público argentino, o esquema teria manipulado processos de licitação, concessões e execuções das obras, interferindo diretamente na escolha das empresas vencedoras, na definição dos custos e no andamento dos contratos.
Ainda conforme os promotores, houve concessão de benefícios contratuais às empreiteiras, incluindo alterações de valores, pagamentos antecipados e prorrogações de prazos.
“Isso se traduziu em um prejuízo patrimonial para as arcas do Estado, que se viu privado de conseguir melhores ofertas pela falta de competição genuína e teve que suportar maiores custos sem poder contar com as estações finalizadas nos prazos estipulados”, aponta o processo.
O julgamento será conduzido remotamente, em sessões quinzenais às segundas-feiras. A procuradora-geral Fabiana León chegou a solicitar audiências presenciais e com maior frequência, mas o pedido foi negado. O juiz Sebastián Casanello, da 7ª Vara Criminal Federal, ficará à frente do processo, que contará com o depoimento de 290 testemunhas indicadas pelo Ministério Público.
Além deste caso, as autoridades argentinas também investigam outros episódios relacionados à Lava Jato, como as denúncias de subornos na obra de soterramento da Ferrovia Sarmiento, em Buenos Aires. Esse processo, contudo, ainda não tem data definida para ser julgado. E mais: Apple responde ao governo sobre impedir Pix no aproximação no Iphone. Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução site oficia; Fonte: CNN)