O governador eleito de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, teve encontro com o Ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, nessa sexta-feira (2) à noite. A informação foi dada pelo jornal Folha de São Paulo, pelo portal O Antagonista, pelo portal Último Segundo e pelo jornalista da Jovem Pan Paulo Figueiredo.
Vieram me contar que o Tarcísio esta visitando o Alexandre de Moraes agora mesmo em SP, na Rua Tucumã, no Jardins, em frente ao Clube Pinheiros. Eu espero que seja mentira e ele venha desmentir para que eu possa respirar aliviado… já foram muitas decepções neste ano.
— Paulo Figueiredo Filho (@realpfigueiredo) December 2, 2022
Entretanto, a assessoria de imprensa de Tarcísio negou o encontro: “Não confirmamos”, disse a assessoria, em conversa com a reportagem da Revista Oeste. “Não temos essa informação. Tarcísio esteve ontem no Rio de Janeiro para um evento do Instituto Militar de Engenharia. Hoje, está em Campinas para uma reunião de ex-alunos da Escola Preparatória de Cadetes do Exército. Não sei de onde saiu essa informação do encontro.”
De toda a forma, de acordo com reportagem do portal da Folha de São Paulo, a reunião teria acontecido no apartamento de Moraes nos Jardins, área nobre da cidade de São Paulo. E o motivo seria a nomeação do deputado Capitão Derrite para a Secretaria de Segurança do Estado paulista. Diz a reportagem que a nomeação “gerou a primeira grande crise da transição comandada por Tarcísio”.
A Folha ainda afirma que “delegados, integrantes do Ministério Público e do Judiciário questionaram a escolha, apontando diversos problemas nela. Para começar, Derrite é um ex-PM que busca, a exemplo do que Bolsonaro fez com o Exército, fundir sua imagem pública à da corporação”.
O que mais chama a atenção da reportagem do jornal paulista é que o que vem a seguir: “a questão (nomeação de Derrite) se torna nacional porque Moraes mantém grande influência em setores da Polícia Civil desde que foi secretário de Segurança do governo Geraldo Alckmin (então PSDB, hoje vice-presidente eleito pelo PSB), de 2015 a 2016”.
Novamente, segundo a reportagem, Derrite não “agradaria” aliados de Moraes na Justiça Paulista: “ele (o Ministro Alexandre de Moraes) mantém uma rede de aliados no Judiciário paulista, que se uniram na crítica a Derrite. Até aqui, o secretário indicado não se pronunciou sobre o caso”.
Explicando de forma mais direta, Capitão Derrite é bem visto pela Polícia Militar, de onde veio. Mas não agrada a Polícia Civil, que teria “boa imagem” de Alexandre de Moraes.
O que foi tratado entre Tarcísio e Moraes não foi de conhecimento do jornal, que alega não saber do “teor” da conversa. Entretanto, diz que “interlocutores do governador eleito sugerem algum tipo de armistício no caso de Tarcísio insistir no nome de Derrite”.
Até o momento, Tarcísio nomeou: Guilherme Derrite, conhecido como Capitão Derrite, para a Segurança Pública; Roberto de Lucena, para a Secretaria de Turismo; Gilberto Kassab, para a Secretaria de Governo; o médico infectologista Esper Kallás como novo presidente do Instituto Butantan, Inês Coimbra foi reconduzida à Procuradoria-Geral do Estado; Arthur Lima, na Casa Civil; Eleuses Paiva, na Saúde; Renato Feder, na Educação; e Natalia Resende, na Infraestrutura, Meio Ambiente e Transportes.
Sobre Derrite
Guilherme Muraro Derrite nasceu em Sorocaba (SP), em 10 de outubro de 1984. É um ex-policial militar e político filiado ao Partido Liberal (PL), do presidente Jair Bolsonaro.
Adotou a alcunha de capitão, posto ao qual ascendeu após ir à reserva. Na Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), a tropa de elite da corporação paulista, chegou a tenente e comandou patrulhas de 2010 a 2013.
Em 2014, migrou para o Corpo de Bombeiros, que faz parte da PM, e ganhou visibilidade por meio das redes sociais. Como deputado, um de seus projetos de Lei concede poderes de investigação à PM, algo que atualmente é privativo da Polícia Civil. O modelo é semelhante ao adotado pelo polícia dos Estados Unidos.
O novo secretário de segurança do Estado de São Paulo também é contra a instalação de câmeras nos uniformes dos policiais, assim como o próprio governador eleito. Aos 38 anos de idade, ele será o primeiro a ocupar o cargo vindo da Polícia Militar.
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