A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncia contra o empresário Roberto Mantovani Filho e seus familiares pelo incidente no aeroporto de Roma em julho do ano passado, envolvendo o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo a denúncia, Mantovani cometeu os crimes de: “calúnia, injúria e injúria real”, enquanto sua esposa, Andreia Munarão, e seu genro, Alex Zanatta Bignotto, foram acusados de: “calúnia e injúria”. O relator do caso é o ministro Dias Toffoli.
Defesa dos Acusados
O advogado de defesa, Ralph Tórtima Filho, afirmou que a denúncia já era esperada, porém, a considerou parcial, tendenciosa e tecnicamente equivocada.
“Nesses exatos termos: parcial, tendenciosa e equivocada sob inúmeros aspectos, inclusive técnicos”. E prosseguiu: “Caso ela seja recebida, e com isso se inicie uma ação penal, a defesa finalmente terá cópia das imagens do aeroporto de Roma, sonegadas até então. Com elas a verdade será restabelecida e tudo será devidamente esclarecido, alcançando-se a almejada Justiça”, afirmou Tórtima Filho.
Os vídeos das câmeras de segurança do aeroporto que mostram confusão envolvendo as famílias do ministro e de Mantovani estão mantidos em sigilo até o momento por decisão do STF.
Detalhes da Denúncia e Repercussões
Na denúncia, o procurador-geral Paulo Gonet argumentou que as ofensas a Moraes estavam relacionadas à sua posição no STF e sua atuação como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante as eleições de 2022. Os vídeos compartilhados nas redes sociais, segundo Gonet, buscavam incitar reações violentas contra o ministro e sua família. Mantovani também foi acusado de agressão física contra o filho do ministro, Alexandre Barci de Moraes, com um tapa no rosto.
Reviravolta
O caso teve reviravolta durante a investigação. Inicialmente, o delegado Hiroshi Sakaki Araújo, da Polícia Federal (PF), concluiu que Mantovani havia cometido ‘injúria real’, mas não o indiciou devido à orientação de não proceder com crimes de menor potencial ofensivo.
Acontece que a PGR contestou essa decisão, e o ministro Dias Toffoli ordenou a continuidade da investigação. Posteriormente, o inquérito foi transferido para Thiago Severo, que indiciou Mantovani e seus familiares, revertendo a posição de seu antecessor.
A defesa de Mantovani criticou a mudança de entendimento da PF e apontou que o caso deveria ter sido arquivado conforme a sugestão inicial do delegado Araújo.
Duas semanas antes de ele rever a posição da PF, Severo havia sido escolhido pelo chefe da PF, Andrei Rodrigues, para ocupar, por dois anos, o cargo de oficial de ligação junto à Europol (agência policial da União Europeia), em Haia, nos Países Baixos (Holanda). E mais: Smartfit anuncia compra de rede de academias de spinning. Clique AQUI para ver. (Foto: STF, reprodução vídeo; Fonte: Folha de SP)