A sessão de sexta-feira (8) foi desfavorável para a Petrobras (PETR3;PETR4) após a empresa anunciar apenas o pagamento de dividendos mínimos, sem a divulgação do esperado provento extraordinário. As ações PETR3 tiveram queda de 10,37% (R$ 36,98), enquanto as PETR4 caíram 9,14% (R$ 36,70), resultando em uma perda de valor de mercado de R$ 52,3 bilhões, passando de R$ 533,1 bilhões para R$ 480,8 bilhões, de acordo com dados ajustados pela B3.
Durante a sessão, a petroleira chegou a perder mais de R$ 70 bilhões em valor de mercado. No momento mais crítico do dia, as PNs recuaram 13,1%, para R$ 35,10, e as ONs caíram 14%, para R$ 35,47, resultando em uma perda de R$ 72,7 bilhões em valor.
A Petrobras comunicou que seu conselho de administração autorizou o envio à Assembleia Geral Ordinária (AGO), prevista para 25 de abril de 2024, da proposta de distribuição de dividendos no valor de R$ 14,2 bilhões, conforme fato relevante, seguindo a política de remuneração e sem pagamentos extraordinários. Segundo reportagem do portal Info Money, analistas observaram que o anúncio do dividendo de R$ 14,2 bilhões desapontou fortemente os investidores.
De acordo com o JPMorgan, a expectativa era de pagamento de dividendos extraordinários de aproximadamente US$ 2,5 a 4,0 bilhões, além dos US$ 3,4 bilhões de dividendos mínimos, com “alguns esperando ainda mais”.
Entretanto, a Petrobras não anunciou os dividendos extraordinários e optou por alocar US$ 9,0 bilhões (cerca de R$ 43,9 bilhões) na criação de uma reserva de “Remuneração de Capital”.
“Essa decisão é um golpe significativo para o pilar da tese de retorno ao acionista na Petrobras. Por exemplo, em 2024, estimamos que os dividendos mínimos proporcionariam um rendimento de cerca de 8,1%, o que não é suficiente para tornar a história atrativa em nossa opinião”, avaliou.
“Acreditamos que a surpresa negativa relacionada à ausência de dividendos extraordinários torna o ‘carry’ da Petrobras menos atraente, aumentando a incerteza sobre futuros pagamentos e alocação de capital, o que deve ofuscar os resultados operacionais em linha”, afirmaram analistas do Safra.
As ações reduziram suas perdas para um dígito durante a teleconferência de resultados, após executivos da empresa afirmarem que poderiam distribuir aos acionistas o montante destinado à reserva estatutária a qualquer momento, caso houvesse uma decisão futura neste sentido.
No entanto, na última hora de negociação, voltaram a cair com as notícias de que a decisão do conselho de administração partiu do próprio Lula (PT), e o governo deseja que a empresa utilize para “investimentos” o dinheiro que seria destinado à remuneração extra aos acionistas, conforme relataram duas fontes governamentais à Reuters nesta sexta-feira.
Para permitir que a Petrobras utilize os recursos da reserva estatutária, o governo petista buscará alterar a regra relacionada ao tema, de acordo com as duas fontes.
Dólar sobe
o dólar aproximou-se de R$ 5. A bolsa de valores caiu quase 1%, influenciada pela divulgação do lucro da Petrobras em 2023.
O dólar comercial encerrou esta sexta-feira (8) vendido a R$ 4,982, com alta de R$ 0,048 (0,97%). A cotação operou em alta durante todo o dia, influenciada pela divulgação de dados do mercado de trabalho norte-americano. Na máxima do dia, por volta das 11h15, a moeda chegou a R$ 4,99.
A moeda norte-americana fechou a semana com alta de 0,53%. A cotação está no maior nível desde 23 de fevereiro. Em 2024, a divisa acumula alta de 2,66%.
No mercado de ações, o dia também foi tenso. O índice Ibovespa, da B3, fechou o dia aos 127.071 pontos, com queda de 0,99%. Apesar da alta de algumas ações de varejistas, a forte queda nos papéis da Petrobras, os mais negociados na bolsa, teve peso no desempenho negativo. E mais: Cesta básica sobe em 14 capitais brasileiras em fevereiro. Clique AQUI para ver. (Foto: EBC: Fontes: Info Money; EBC)
