Os invasores do sistema de pagamentos da administração federal, o Siafi, desviaram cerca de R$ 2 milhões, originalmente destinados a um contrato do governo para manutenção de software, para a conta de um estabelecimento comercial em Campinas (SP). A informação é da Folha de SP, nesta quarta-feira (24).
Os valores estavam empenhados para o Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados), mas os criminosos utilizaram as senhas de dois servidores do MGI (Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos) para direcionar o pagamento para a empresa Eliezer Toledo Bispo, registrada como “Adonai Comércio”.
A empresa, com atividade principal cadastrada como “comércio varejista de móveis”, está localizada em área residencial de Campinas e possui outras 15 atividades secundárias, incluindo a venda de artigos de viagem, cosméticos, brinquedos e eletrodomésticos.
A transação ocorreu por meio de uma chave aleatória do Pix às 21h42 do dia 28 de março, uma quinta-feira véspera de feriado (Sexta-Feira Santa). O MGI só percebeu a irregularidade na segunda-feira, 1º de abril.
Após acionar as autoridades policiais e a instituição de pagamento, o governo conseguiu recuperar os R$ 2 milhões desviados. No entanto, os invasores ainda utilizaram as senhas do MGI em outras operações. Eles tentaram movimentar ao menos R$ 9 milhões da pasta e, segundo apurações preliminares, conseguiram desviar pelo menos R$ 3,5 milhões.
A invasão ao Siafi foi revelada pela Folha, e a Polícia Federal instaurou um inquérito para investigar o caso, contando com o apoio da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).
O MGI solicitou o bloqueio dos valores da conta que recebeu a quantia desviada em 2 de abril. O banco que administra a conta enviou o comprovante da devolução dos recursos ao ministério em 5 de abril.
O momento da ação dos criminosos retardou a detecção do desvio pelo governo. O Siafi é responsável por gerenciar toda a execução financeira do governo federal e movimenta bilhões, por isso o Tesouro Nacional define uma janela de funcionamento do sistema. Desde 11 de abril, o Tesouro Nacional restringiu o horário de funcionamento do sistema das 8h às 20h.
Os invasores conseguiram roubar ao menos sete senhas de servidores com perfil de ordenadores de despesas, permitindo-lhes emitir ordens bancárias em nome da União. As investigações indicam que os invasores acessaram o Siafi utilizando CPF e senha do gov.br de gestores e ordenadores de despesas para operar a plataforma de pagamentos. E mais: “Moraes é a vítima desse caso. Como é que ele vai ser o relator?”. Clique AQUI para ver. (Foto: EBC; Fonte: Folha de SP)