A imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pelo governo dos Estados Unidos acentuou o embate político entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Em declarações públicas nesta quinta-feira (10), os dois protagonizaram uma troca de farpas após o republicano atribuir a responsabilidade da medida ao presidente Lula.
Durante entrevista ao Canal do Barão, no YouTube, Haddad foi direto ao criticar o comportamento do governador paulista:
“Ou uma pessoa é candidata a presidente, ou é candidato a vassalo”, disse. Para o ministro, Tarcísio cometeu um erro grave ao responsabilizar o governo federal por uma decisão que, segundo ele, “não tem base econômica ou política”. Haddad completou: “Não há espaço no Brasil para vassalagem, desde 1822 isso acabou. Então o que você está fingindo aqui? Ajoelhar diante de uma atitude unilateral?”
A resposta veio horas depois. Em entrevista à imprensa, Tarcísio rebateu as críticas, sugerindo que o ministro deveria focar em sua própria gestão:
“Cabe a ele falar menos e trabalhar mais. Primeiro, ele tem que cuidar da economia. Se ele cuidasse da economia, estaria indo bem”. Para o governador, o Planalto tenta esconder falhas com discursos ideológicos: “O governo precisa de narrativa para esconder a própria incompetência”, disparou.
A tensão entre os dois ocorre no rastro do anúncio feito por Donald Trump, que, em carta dirigida a Lula, afirmou que o Brasil está “atacando a democracia e a liberdade de expressão” por meio do julgamento do ex-presidente Bolsonaro e também por denúncia de violações à liberdade de expressão. Trump declarou que poderá rever a decisão caso o Brasil mude de postura, mas, por ora, as tarifas entram em vigor a partir de 1º de agosto.
Na esteira da declaração do presidente norte-americano, Tarcísio se manifestou em redes sociais: “Lula colocou sua ideologia acima da economia, e esse é o resultado”. A fala desencadeou o embate com Haddad, marcando mais um capítulo da disputa política interna brasileira, agora agravada por pressões externas.
Fala Haddad
Fala Tarcísio